Sim

Ah sim

Somos jovens

Temos tempo

Mas não sabemos lidar com ele

Ah sim

Somos fortes

Temos problemas

Mas não sabemos lidar com eles

Temos nossa força que nos ajuda a sorrir

Mas muitas vezes nos seguramos para não chorar

E se chorarmos

Não teria problemas

Mas ainda sim evitamos

Preferimos nos fazermos de fortes

Mesmo quando não estamos sendo

Ah sim

Tem um porque

Só nunca saberemos dizer

Somos apenas robotizados

De tal forma que nem saber mais

Se sentimos ou não

Se são dores

Medos

Angústias

Ou mais nada.

Autora: Lany

Ensaio sobre a saudade

Qual o tamanho de uma dor interminável?

Qual a equação para definir o comprimento de um sofrimento?

Qual é a fórmula para anular uma tristeza sem fim?

São anos…

São meses…

São dias…

Noites…

Lamentações…

E uma pergunta sem resposta…

“Porque você se foi?”

Sinto como se fosse agora, neste  exato momento:

Meu peito se corroendo.

Se convertendo em um poço de lagrimas que não seca.

Um desespero que me sufoca, inibe minha respiração.

Algo inexplicável…

Decepção, aflição, perdição, lágrimas, raiva, tristeza, sofrimento, dor, separação, término…

Como descrever algo indescritível?

Como remediar algo que não é doença, mas ausência?

Saudade que só aumenta, resposta que não vem, ficha que não cai, realidade em que não se acredita…

Os dias passam, as lembranças sobre você se perdem, os sorrisos desaparecem, os planos se dissolvem.

Como simples grãos de areia esparramados sobre a praia, como uma estrela no meio de outras milhares em uma galáxia a incontáveis anos-luz da percepção humana…

De repente…

Cinzas…

Sem volta…

Sem nova chance…

Sem adeus…

Sem expectativa…

Nada…

FIM.

Talvez

Talvez tudo aconteça como você sonhou

Talvez tudo dê errado

Talvez a vida seja um sonho

Talvez você precise acordar

Talvez seja melhor encarar a realidade

Talvez  você possa continuar sonhando

Talvez um dia você possa mandar na sua vida

Talvez você siga para sempre ordens

Talvez um dia você ame alguém

Talvez um dia seja amado

Talvez um dia sinta uma dor insuportável

Talvez um dia carregue o sorriso de uma criança

Talvez você não entenda aquela pessoa

Talvez ela não te entenda

Talvez o mundo seja difícil

Talvez não seja fácil

Mas talvez você possa vencer.

Autora: Lany

O Pássaro Encantado – Eliane Potiguara

Vocês já se olharam no espelho e perceberam os seus avós?⁣

A relação com a ancestralidade e a memória dos antepassados é o que faz essa história infantil, escrita por Eliana Potiguara, ser tão linda e sensível.⁣

Por ser um livro infantil precisei compreendê-la pelos olhos da Heloísa menina. Depois compreender que o novo só é pleno com a presença do antigo.⁣

O Pássaro Encantando,  de Eliana Potiguara, nos fala que cada um, como parte, integra o todo por meio da memória dos ancestrais. É um caminhar continuo, sem paradas e que nos torna uma espécie de Universo.⁣

⁣A relação das crianças com os avós nos ensina sobre o ciclo da vida, onde os ensinamentos eternizam os que partem, considerando a morte apenas uma peça do motor da vida. ⁣

A memória daqueles que partem nos traz um sopro de alegria pelo que representaram e é também o marco de regulador sobre a responsabilidade com a formação das próximas gerações. ⁣

As alegorias são inúmeras no livro, mas revelar cada uma não daria a dimensão do carinho que o livro tem. Vale a pena ler e experimentar por si cada revelação, e se no fim você não se perceber no papel das crianças, da grande avó e do pássaro encantado, volte e leia novamente.⁣

O livro me encantou do começo ao fim, com belas ilustrações, e foi um abraço carinhoso das minhas memórias mais gratas, os meus avós.⁣

Livro urgente para lembrar que, apesar do desenvolvimento do homem, ainda dividimos espaços com a Grande Mãe Natureza e devemos respeitá-la.⁣

OLHARES

Um casal apaixonado se olha com intensidade,
A mesma intensidade que uma criança olha seu brinquedo preferido,
Uma mãe olha seu filho recém nascido com uma alegria pura, 
Olhar esse que também se aplica ao escritor olhando seu mais novo "filho" em forma de frases.

Um olhar diz tanto sem dizer nada
O olhar de desespero que não conseguimos controlar quando surge um problema,
O de raiva quando algo não sai do melhor jeito possível,
O de admiração quando vemos algo muito bonito, 
De orgulho por nós mesmos e pelas pessoas que amamos.

Enfim, olhares não faltam
Na verdade, na falta de olhares, o que faríamos?
Eles nos despem de uma forma as vezes ingênua (ou nem tanto)
Vivemos de olhares
Eles são a linguagem da alma.

-Ana Beatriz Marques 
08/08/17 (terça)

Busca

E vamos nós

Vivendo nossa vida

Reclamando

Querendo algo mais

Buscando algo a mais

Lutando intensamente

Deixando a passado para trás

Jurando que no futuro vamos ter tudo que queremos

Até um belo momento

Sentado ao pé da janela

Naquela chuva que insiste em não passar

Que o frio está de amargar

Pegamos um chocolate quente

Começamos a pensar naquele passado

O que queríamos esquecer

Aí lembramos o quanto ele era bom

E que não valorizamos

As pessoas

Os momentos

Os sorrisos

Estávamos querendo mais

Nunca satisfeitos

Até percebemos

Quase tarde demais

Que o melhor momento da nossa vida

É aquele que estamos.

Autora: Lany

Parei pra pensar

Parei pra escutar,
Preferia ser surda.
Parei pra falar,
Preferia ser muda.
Parei pra ver,
Preferia ser cega.

Pra certas coisas preferia não parar,
Em certas ruas preferia não entrar,
Certos textos preferia não ler,
Muitas certas coisas, erradas parecem ser.

Existem certos sentimentos que preferia não ter,
Mas o que seria de nós sem de vez em sempre se perder,
De vez em nunca se achar,
Parei pra pensar,
E preferia ter corrido,
Ver o mundo em movimento é mais bonito,
Ou talvez nem seja,
Pode ser só meu eu lírico mostrando que está vivo.

-Ana Beatriz Marques
28/05/2018 (segunda)
07:58

O Conto da Deusa – Natsuo Kirino

O Conto da Deusa foi uma experiência de leitura que ainda não saiu de mim. O livro traz a história de uma ilha e suas tradições; a autora reconta por meio do destino das irmãs Kamiku e Namina, a criação do Japão.⁣

A trama traz a tradição onde duas irmãs têm papéis fundamentais para o equilíbrio da vida na ilha: uma está destinada a ser a Oráculo da Ilha e a outra a Sacerdotisa do Mundo das Trevas, e assim viverem como ying e yang.⁣ ⁣

Mas esse destino não foi bem aceito pela irmã caçula Namina, que muito jovem teve em seus ombros a responsabilidade de servir a Deusa Izanami no mundo dos mortos, permanecendo junto à tumba dos mortos da sua ilha, mantendo-os longe do mundo dos vivos.⁣

O Conto da Deusa traz a versão da autora para a história de Izanami e Izanaki, o casal de deuses que deu origem ao arquipélago japonês. Namina entra na vida de Izanami para servi-la e entendeu seu destino como forma de manter o equilíbrio da vida pela presença da morte.⁣ ⁣

Não foi um romance fácil, teve muitas surpresas, escolhas dolorosas, vinganças e uma virada de tirar o fôlego. As cenas do submundo eram escuras, frias, silenciosas e aterrorizantes.

Mas tudo acabou fazendo sentindo e o que é aparentemente mal, é na verdade o resultado de algo mais profundo e trágico. Adorei como a escritora usa a mitologia para contar sua própria ficção.⁣ ⁣

E se existisse

E se existisse um lugar?

Algum lugar onde você pudesse voar

Algum lugar onde você pudesse sonhar

Você iria visitar?

E se existisse uma pessoa?

Alguma pessoa que te fizesse gostar

Alguma pessoa que te fizesse amar

Você iria se entregar?

E se existisse um sentimento?

Algum misero sentimento no seu coração

Algum sentimento ali perdido no vão

Será que o deixaria então?

E se existisse um paraíso?

Algum lugar?

Um sorriso?

Um abraço?

Paz?

E se existisse?

Como você agiria?

Autora: Lany

Encontro, de L. A. Freire

Andava pelas sombrias e escuras
A névoa e o frio congelando, as ruas
Com uma garrafa de tinto tateando ia
Na solidão, para casa entre as sombras seguia
 
Cansado, os becos parecendo intermináveis
Becos sujos, minha mente em alucinações inimagináveis
Da escuridão uma voz rouca se fez ouvir
“Giordano, porque estás tão tarde a vir?”
Era um velho mendigo, todo sujo ao relento
Ao ver-me levantou-se querendo atento
“Procurei-te por horas, meu caro amigo
Sentei-me aqui a esperar falar contigo
O mendigo, já não o era, mas galante
Com roupas bem feitas e um falar interessante
Andamos por ruas, para mim tão estranhas
Que nada reconhecia, nem as margens vizinhas
O homem cortês guiava-me lento
Perguntava d’minha vida, se passava tormento
Se era feliz, se acaso tinha um’amada
E o que pensava dos bailes, das festas, do nada
“Giordano sou, tu sabes bem,
Tinha uma bela esposa que a Morte hoje tem
Desde lá não vivo senão a sofrer, meu caro
E ir à bailes e festas é meu ato mais raro
A caminhada parecia não terminar
Meus ossos doíam pelo frio e pelo andar
Até pararmos defronte dum lugar funesto
Onde querendo ir eu à casa, não fazia um gesto
E foi lá, sim, quando a Lua brilhou mais
E seu brilho fez surgir um temor e terror fatais
O tal homem, com sombra aluada a mim chegava
Com um breve e horrendo riso a mim desprezava
E aquela sombra em mim tocou, temi
Dela não pude livrar-me, moribundo caí
Meu corpo jamais dali se levantou, não mais
E o silêncio na viela, decretou a paz
Ao lembrar o antigo verso: Nunca mais.
L. A. Freire

Frete: O Obstáculo Para Muitos Leitores

Olá pessoal, tudo bem? Estou aqui para um desabafo. Sou uma ávida leitora. Apaixonada pelo ato de ler porém, também viciada na arte de comprar e escolher livros. Sou o tipo de pessoa que passa horas nos aplicativos e sites de livrarias e sebos descobrindo novas leituras procurando sempre pelos melhores preços por aqueles livros que almejo tanto.

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Meu sonho bom

Meu bem querer

Ainda lembro do primeiro abraço

Do sorriso travesso que você me dava

Daquele olhar penetrante

Você me envolvia de um jeito

Ah, é impossível não lembrar

Do seu cheiro

Do seu beijo

DO tempo que se passou

Foi cada um para um lado

Você está ai feliz

E acredite eu fico feliz por isso

Mas sinto sua falta

Falta do seu toque

Falta dos nossos momentos

Ainda guardo cada lembrança na mente

Sim, vou deixar elas aqui comigo

Nem que para sempre continue sendo apenas

A continuação de um sonho bom.

 

Autora: Lany

Clube do Gueto