Eu tenho ânsia de vida E vivo com ânsia, Ânsia de vômito, Ânsia de encontro, Ânsia de reencontro, Ânsia de carinho, Ânsia de seguir algum caminho, Ânsia de ter um destino, Ânsia de tu, Ânsia de mim, Ânsia de nós, Ânsia de ânsia, Ânsia de vingança, Ânsia de ser sempre uma criança, Ânsia de me ter, Ânsia de te ter, Tenho ânsia de tudo, Tenho ânsia de viver. -Ana Beatriz Marques 15/02/2018 (quinta) 11:21
Categoria: Autoral
Sim
Ah sim
Somos jovens
Temos tempo
Mas não sabemos lidar com ele
Ah sim
Somos fortes
Temos problemas
Mas não sabemos lidar com eles
Temos nossa força que nos ajuda a sorrir
Mas muitas vezes nos seguramos para não chorar
E se chorarmos
Não teria problemas
Mas ainda sim evitamos
Preferimos nos fazermos de fortes
Mesmo quando não estamos sendo
Ah sim
Tem um porque
Só nunca saberemos dizer
Somos apenas robotizados
De tal forma que nem saber mais
Se sentimos ou não
Se são dores
Medos
Angústias
Ou mais nada.
Autora: Lany
Ensaio sobre a saudade
Qual o tamanho de uma dor interminável?
Qual a equação para definir o comprimento de um sofrimento?
Qual é a fórmula para anular uma tristeza sem fim?
São anos…
São meses…
São dias…
Noites…
Lamentações…
E uma pergunta sem resposta…
“Porque você se foi?”
Sinto como se fosse agora, neste exato momento:
Meu peito se corroendo.
Se convertendo em um poço de lagrimas que não seca.
Um desespero que me sufoca, inibe minha respiração.
Algo inexplicável…
Decepção, aflição, perdição, lágrimas, raiva, tristeza, sofrimento, dor, separação, término…
Como descrever algo indescritível?
Como remediar algo que não é doença, mas ausência?
Saudade que só aumenta, resposta que não vem, ficha que não cai, realidade em que não se acredita…
Os dias passam, as lembranças sobre você se perdem, os sorrisos desaparecem, os planos se dissolvem.
Como simples grãos de areia esparramados sobre a praia, como uma estrela no meio de outras milhares em uma galáxia a incontáveis anos-luz da percepção humana…
De repente…
Cinzas…
Sem volta…
Sem nova chance…
Sem adeus…
Sem expectativa…
Nada…
FIM.
Talvez
Talvez tudo aconteça como você sonhou
Talvez tudo dê errado
Talvez a vida seja um sonho
Talvez você precise acordar
Talvez seja melhor encarar a realidade
Talvez você possa continuar sonhando
Talvez um dia você possa mandar na sua vida
Talvez você siga para sempre ordens
Talvez um dia você ame alguém
Talvez um dia seja amado
Talvez um dia sinta uma dor insuportável
Talvez um dia carregue o sorriso de uma criança
Talvez você não entenda aquela pessoa
Talvez ela não te entenda
Talvez o mundo seja difícil
Talvez não seja fácil
Mas talvez você possa vencer.
Autora: Lany
O Pássaro Encantado – Eliane Potiguara
Vocês já se olharam no espelho e perceberam os seus avós?
A relação com a ancestralidade e a memória dos antepassados é o que faz essa história infantil, escrita por Eliana Potiguara, ser tão linda e sensível.
Por ser um livro infantil precisei compreendê-la pelos olhos da Heloísa menina. Depois compreender que o novo só é pleno com a presença do antigo.
O Pássaro Encantando, de Eliana Potiguara, nos fala que cada um, como parte, integra o todo por meio da memória dos ancestrais. É um caminhar continuo, sem paradas e que nos torna uma espécie de Universo.
A relação das crianças com os avós nos ensina sobre o ciclo da vida, onde os ensinamentos eternizam os que partem, considerando a morte apenas uma peça do motor da vida.
A memória daqueles que partem nos traz um sopro de alegria pelo que representaram e é também o marco de regulador sobre a responsabilidade com a formação das próximas gerações.
As alegorias são inúmeras no livro, mas revelar cada uma não daria a dimensão do carinho que o livro tem. Vale a pena ler e experimentar por si cada revelação, e se no fim você não se perceber no papel das crianças, da grande avó e do pássaro encantado, volte e leia novamente.
O livro me encantou do começo ao fim, com belas ilustrações, e foi um abraço carinhoso das minhas memórias mais gratas, os meus avós.
Livro urgente para lembrar que, apesar do desenvolvimento do homem, ainda dividimos espaços com a Grande Mãe Natureza e devemos respeitá-la.
OLHARES
Um casal apaixonado se olha com intensidade, A mesma intensidade que uma criança olha seu brinquedo preferido, Uma mãe olha seu filho recém nascido com uma alegria pura, Olhar esse que também se aplica ao escritor olhando seu mais novo "filho" em forma de frases. Um olhar diz tanto sem dizer nada O olhar de desespero que não conseguimos controlar quando surge um problema, O de raiva quando algo não sai do melhor jeito possível, O de admiração quando vemos algo muito bonito, De orgulho por nós mesmos e pelas pessoas que amamos. Enfim, olhares não faltam Na verdade, na falta de olhares, o que faríamos? Eles nos despem de uma forma as vezes ingênua (ou nem tanto) Vivemos de olhares Eles são a linguagem da alma. -Ana Beatriz Marques 08/08/17 (terça)
Busca
E vamos nós
Vivendo nossa vida
Reclamando
Querendo algo mais
Buscando algo a mais
Lutando intensamente
Deixando a passado para trás
Jurando que no futuro vamos ter tudo que queremos
Até um belo momento
Sentado ao pé da janela
Naquela chuva que insiste em não passar
Que o frio está de amargar
Pegamos um chocolate quente
Começamos a pensar naquele passado
O que queríamos esquecer
Aí lembramos o quanto ele era bom
E que não valorizamos
As pessoas
Os momentos
Os sorrisos
Estávamos querendo mais
Nunca satisfeitos
Até percebemos
Quase tarde demais
Que o melhor momento da nossa vida
É aquele que estamos.
Autora: Lany
Parei pra pensar
Parei pra escutar,
Preferia ser surda.
Parei pra falar,
Preferia ser muda.
Parei pra ver,
Preferia ser cega.
Pra certas coisas preferia não parar,
Em certas ruas preferia não entrar,
Certos textos preferia não ler,
Muitas certas coisas, erradas parecem ser.
Existem certos sentimentos que preferia não ter,
Mas o que seria de nós sem de vez em sempre se perder,
De vez em nunca se achar,
Parei pra pensar,
E preferia ter corrido,
Ver o mundo em movimento é mais bonito,
Ou talvez nem seja,
Pode ser só meu eu lírico mostrando que está vivo.
-Ana Beatriz Marques
28/05/2018 (segunda)
07:58
O Conto da Deusa – Natsuo Kirino
O Conto da Deusa foi uma experiência de leitura que ainda não saiu de mim. O livro traz a história de uma ilha e suas tradições; a autora reconta por meio do destino das irmãs Kamiku e Namina, a criação do Japão.
A trama traz a tradição onde duas irmãs têm papéis fundamentais para o equilíbrio da vida na ilha: uma está destinada a ser a Oráculo da Ilha e a outra a Sacerdotisa do Mundo das Trevas, e assim viverem como ying e yang.
Mas esse destino não foi bem aceito pela irmã caçula Namina, que muito jovem teve em seus ombros a responsabilidade de servir a Deusa Izanami no mundo dos mortos, permanecendo junto à tumba dos mortos da sua ilha, mantendo-os longe do mundo dos vivos.
O Conto da Deusa traz a versão da autora para a história de Izanami e Izanaki, o casal de deuses que deu origem ao arquipélago japonês. Namina entra na vida de Izanami para servi-la e entendeu seu destino como forma de manter o equilíbrio da vida pela presença da morte.
Não foi um romance fácil, teve muitas surpresas, escolhas dolorosas, vinganças e uma virada de tirar o fôlego. As cenas do submundo eram escuras, frias, silenciosas e aterrorizantes.
Mas tudo acabou fazendo sentindo e o que é aparentemente mal, é na verdade o resultado de algo mais profundo e trágico. Adorei como a escritora usa a mitologia para contar sua própria ficção.
E se existisse
E se existisse um lugar?
Algum lugar onde você pudesse voar
Algum lugar onde você pudesse sonhar
Você iria visitar?
E se existisse uma pessoa?
Alguma pessoa que te fizesse gostar
Alguma pessoa que te fizesse amar
Você iria se entregar?
E se existisse um sentimento?
Algum misero sentimento no seu coração
Algum sentimento ali perdido no vão
Será que o deixaria então?
E se existisse um paraíso?
Algum lugar?
Um sorriso?
Um abraço?
Paz?
E se existisse?
Como você agiria?
Autora: Lany
Encontro, de L. A. Freire
Na solidão, para casa entre as sombras seguia
Becos sujos, minha mente em alucinações inimagináveis
Da escuridão uma voz rouca se fez ouvir
“Giordano, porque estás tão tarde a vir?”
Ao ver-me levantou-se querendo atento
“Procurei-te por horas, meu caro amigo
Sentei-me aqui a esperar falar contigo
Com roupas bem feitas e um falar interessante
Andamos por ruas, para mim tão estranhas
Que nada reconhecia, nem as margens vizinhas
Perguntava d’minha vida, se passava tormento
Se era feliz, se acaso tinha um’amada
E o que pensava dos bailes, das festas, do nada
Tinha uma bela esposa que a Morte hoje tem
Desde lá não vivo senão a sofrer, meu caro
E ir à bailes e festas é meu ato mais raro
Meus ossos doíam pelo frio e pelo andar
Até pararmos defronte dum lugar funesto
Onde querendo ir eu à casa, não fazia um gesto
E seu brilho fez surgir um temor e terror fatais
O tal homem, com sombra aluada a mim chegava
Com um breve e horrendo riso a mim desprezava
Dela não pude livrar-me, moribundo caí
Meu corpo jamais dali se levantou, não mais
E o silêncio na viela, decretou a paz
Ao lembrar o antigo verso: Nunca mais.
Frete: O Obstáculo Para Muitos Leitores
Olá pessoal, tudo bem? Estou aqui para um desabafo. Sou uma ávida leitora. Apaixonada pelo ato de ler porém, também viciada na arte de comprar e escolher livros. Sou o tipo de pessoa que passa horas nos aplicativos e sites de livrarias e sebos descobrindo novas leituras procurando sempre pelos melhores preços por aqueles livros que almejo tanto.