Estava relendo pela trozenta vez Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Só que dessa vez tive uma visão bem mais crítica do que a que eu tinha quando lia só pra terminar logo a viciante série [que por sinal teve um fim que me fez pensar que o último livro estava com defeito quando no final tinha uma página branca logo em seguida]. Observei que existem algumas passagens do livro que me deixaram de queixo no chão. Por exemplo, no capítulo dez, que tem como Título “O Mapa do Maroto”, na página 160, há uma frase que Harry lembra, assim que os gêmeos Weasley o presenteiam com um mapa mágico do terreno do castelo de Hogwarts, que foi dita pelo pai destes meninos: “Nunca confie em nada que é capaz de pensar, se você não pode ver onde fica seu cérebro.” Já olhei pra essa frase muitas vezes, mas quando a li e não consegui uma interpretação convincente [pra mim]. Enfim, eu estou perturbada porque de algum modo ela mexeu comigo, não sei o por quê. Se alguem quiser me ajudar, dando sua opinião sobre a ditacuja, esta será extremamente bem recebida.
(Esse texto foi postado em meu blogger pessoal antes, mas respostas ao conteúdo da postagem me interessam até hoje)
Link do post original: https://karolinaaloks.blogspot.com/2009/08/reflita.html?m=1
“Nunca confie em nada que é capaz de pensar, se você não pode ver onde fica seu cérebro.” — acredito que a frase se refira a dose de percepção que devemos ter de nossas próprias verdades, gostos e caprichos. Acho que tem muito a ver com a “maturidade”, mas não em um conceito moralista e materialista de “ser uma pessoa madura” (ou seja: ter uma família, gerenciar uma empresa, não expor as próprias fraquezas em público). Maturidade possui íntima ligação com responsabilidade, mas não são sinônimos. Ter consciência de que os teus sofrimentos, problemas e “glórias” passam ao largo de qualquer originalidade (no fundo, as “taras” dos seres humanos que viviam na grécia antiga não diferem muito dos que vivem nas metrópoles contemporâneas) é a primeira etapa para o amadurecimento e — bem ou mal — o primeiro impulso para a queda. Por isto “ver onde fica o seu cérebro”, ver: ele poderia muito bem estar em outro lugar.
*a cadela rosna para a escuridão*
Nunca assisti nem lo HP, mas tenho tantos amigos apaixonados que penso seriamente em lê ou assistir para não ficar mais tão perdida.