Acabo de terminar o livro com muitas coisas pra dizer, mas colocar tudo aqui demoraria demais e ficaria exaustivo.
Primeiro, esse livro realmente não é um livro pra se ler quando você já se sente muito mal, mas nem me arrisco a dizer também se é um bom livro pra ler quando você se sente bem (é complicado ahahahaha). Mas o que consigo dizer é que ele é necessário e precisa ser lido em algum momento ou outro. Eu poderia escrever muitas linhas sobre a minha experiência com esse livro e sobre o porque ele é tão necessário, mas o livro é autoexplicativo, assim como a nota que Jennifer deixou no fim do livro.
Segundo, tentando resumir ao máximo o que tenho a dizer desse livro: é uma história real de personagens fictícios sobre empatia, presunção e a importância de sermos compreensivos e de termos informações sobre saúde mental e gestão de emoções.
Além disso, Finch, Violet e toda a poesia por trás do livro são outros motivos específicos pra não deixar de ler o livro, que, de certa forma, é um Manifesto da autora.
Nota da Autora
A cada quarenta segundos, uma pessoa se suicida. A cada quarenta segundos, quem fica tem que lidar com a perda.
Muito antes de eu nascer, meu bisavô morreu devido a um ferimento de bala que ele mesmo causou. Seu filho mais velho, meu avô, tinha só treze anos. Ninguém sabia se tinha sido intencional ou não – e como eram de uma cidadezinha no sul do país, meu avô, sua mãe e suas irmãs nunca discutiram isso. Mas aquelas morte afetou nossa família por gerações.
Há muitos anos, um menino que eu conhecia e amava se matou. Eu não queria conversar sobre essa experiência com ninguém, nem com as pessoas mais próximas. Até hoje, vários familiares e amigos meus não sabem muito sobre isso, se é que sabem alguma coisa. Durante bastante tempo, era doloroso até mesmo pensar nisso, quanto mais falar, mas é importante conversar sobre o que aconteceu.
Em por lugares incríveis, Finch se preocupa muito com rótulos. Existe, infelizmente, um estigma em torno do suicídio e de transtornos mentais. Quando meu bisavô morreu, as pessoas fofocavam. Apesar de sua viúva e três filhos nunca falarem sobre aquele dia, elas se sentiam julgados, e em certa medida, discriminados. Meu amigo se matou e um ano depois perdi meu pai para o câncer. Eles estavam doentes na mesma época e morreram com um intervalo de catorze meses, mas a reação das pessoas não poderia ter sido mais diversa. As pessoas raramente levam flores para um suicida.
Foi só ao escrever este livro que eu descobri meu própio rótulo – “sobrevivente-pós-suicídio” ou “sobrevivente do suicídio”. Felizmente, há muitas fontes para me ajudar a dar sentido a esse acontecimento trágico e entender como ele me afeta, assim como há muitos recursos para ajudar qualquer um, adolescente ou adulto, que esteja lutando conta problemas emocionais, depressão, ansiedade, instabilidade mental ou pensamentos suicidas. Muitas vezes, transtornos mentais e emocionais são diagnosticados porque a pessoa vom os sintomas sente vergonha, ou porque as pessoas próximas não conseguem ou escolhem não reconhecer os sinais. De acordo com a Mental Health America, estima-se que haja 2,5 milhões de pessoas com transtorno bipolar nos Estados Unidos, mas o número verdadeiro deve ser duas ou três vezes maior do que isso. A quantidade de pessoas com a doença que não são diagnosticadas ou que são mal diagnosticadas chega a oitenta por cento.
Se você acha que há algo errado, fale.
Você não está sozinho.
Não é a sua culpa.
Existe ajuda pra você!