Resenha de A herdeira

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Título: A Herdeira
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Resenha
Por um acaso do destino Eadlyn é a herdeira do trono de Illéa, apesar de ter um irmão gêmeo, teve o azar de nascer primeiro e por isso sua vida seria guiada até o momento em que ela assumiria o trono. Se isso por si só, esse já era um fardo que ela não imaginava ser capaz de suportar, várias manifestações passaram a ocorrer no reino em decorrência da insatisfação dos súditos com a vida que passaram a ter após o fim das castas. Preocupado com o futuro, o rei Maxon propõe a Eadlyn que ela participe da Seleção como uma forma de aplacar os ânimos enquanto ele pensava num modo de atender e conter os anseios da população.
Aquele era um esforço muito maior do que ela pretendia fazer, afinal, ver a sua casa invadida por 35 estranhos não era algo que ela quisesse. Entretanto, se era tempo o que o seu pai precisava, ela daria isso a ele. Do momento do anúncio até os dias que se seguiram, Eadlyn não consegue encarar aquilo tudo como nada mais que um aborrecimento. Mas conforme a insatisfação do povo aumenta, a sua vontade de ser aceita pelas pessoas ao seu redor também. Mostrando-se cada vez mais acessível, a princesa tenta não soar tão dura e não parecer alguém tão ruim, e o resultando disso nunca se mostrou ser tão desastroso para o seu coração.
Enquanto lia “A Herdeira” me esforcei ao máximo para sentir qualquer tipo de empatia pela filha de Maxon e America, mas a verdade é que excetuando algumas situações muito pontuais, isso foi algo quase impossível. Extremamente arrogante e egocêntrica, Eadlyn pensa que o mundo inteiro precisa girar em torno dela, como se ela fosse uma espécie de rainha do universo e que ninguém mais possuísse qualquer valor. Sua marca registrada era uma frase de efeito que ela dizia nada mais nada menos que não havia ninguém no mundo tão poderosa quanto ela. Seria perdoável que isso fosse dito uma vez, mas constantemente ela repetia isso como uma maneira de autoafirmação de sua pseudo superioriedade sobre as pessoas.
O porquê disso está centrado no fato de que ela achava que ser herdeira do trono de Illéa era além de um peso, uma fonte de poder inesgotável. Não são raras as situações em que ela ameaça mandar os guardas darem chicotadas nos selecionados porque algum deles teve um comportamento que ela considera inadequado. Também não são poucas as vezes em que ela censura alguém por não ter feito uma mesura a ela ou por não ter tratado-a pelo título (olhos revirando aqui). Mesmo que eu considere que eles viviam sob uma forma de governo monárquica e que ela era uma princesa, era de uma extrema futilidade os ataques de raiva que ela tinha por as pessoas simplesmente não agirem da maneira que ela esperava – principalmente aqueles que foram criados longe do contato com a nobreza.
Ler essa história foi um sofrimento para mim, pois além da protagonista detestável, as tensões políticas são colocadas de lado e o leitor não tem acesso a nada disso. A característica distópica da série perdeu todo o sentido em “A Herdeira” de modo que ele poder ser classificado em qualquer outro gênero. E para coroar tudo isso, não vemos a força de America e Maxon, que não passam de coadjuvantes que não tem nem voz nem vez no que acontece no palácio. Nenhum selecionado me deixou particularmente empolgada e essa Seleção nem se compara com a que acompanhamos no primeiro livro da série. Faltou tudo aqui, mas profundidade e carisma eram necessidades urgentes e que deveriam ter sido colocadas para dar sentido ao enredo.
Espalhe isto!

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