Romeu e Julieta

Romeu: Eu juro, pela Lua abençoada, Que banha em prata as copas do pomar…

Julieta: Não jure pela Lua, que é inconstante, E muda, todo mês, em sua órbita, Pro seu amor não ser também instável.

Romeu: Por que devo jurar?

Julieta: Não jure nunca. Ou, se o fizer, jure só por si mesmo, Único deus de minha idolatria, Que eu acredito.

Romeu: Se meu grande amor…

Julieta: Não jure, já que mesmo me alegrando O contrato de hoje não me alegra: Foi por demais ousado e repentino, Por demais como o raio que se apaga Antes que alguém diga “Brilhou”. Boa-noite. Este botão de amor, sendo verão, Pode florir num nosso novo encontro. Boa noite, ainda. Que um repouso são Venha ao meu seio e ao seu coração.

Romeu: Mas vai deixar-me assim, insatisfeito?

Julieta: E que satisfação posso hoje eu dar?

Romeu: Sua jura de amor, pela que eu dei.

Julieta: Eu dei-lhe a minha antes que a pedisse; Bem que eu queria ainda ter de dá-la.

Romeu: E quer negá-la? Mas pra quê, amor?

Julieta: Só pra ser franca e dá-la novamente; Eu só anseio pelo que já tenho: Minha afeição é como um mar sem fim, Meu amor tão profundo. Mais eu dou Mais tenho, pois são ambos infinitos. Ouço um ruído. Até mais, amor meu.

 

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