JOSÉ DE ALENCAR: Encarnação

 Encarnação, 1893

Dos livros listados aqui, Encarnação foi o único publicado postumamente. A história, inicialmente divulgada em folhetins, foi das últimas escritas pelo autor. O cenário é São Clemente, no Rio de Janeiro, onde o casal Carlos Hermano de Aguiar e Julieta vivem em um chácara. Infelizmente a esposa morre devido a um aborto. Perturbado com o falecimento da mulher, Hermano encomenda uma série de estátuas de Julieta que espalha pela casa.

A vizinha, Amália, que conhecia a história de Hermano e Julieta, ao ver as sombras de mulher espalhadas pela chácara crê que Hermano tenha quebrado a promessa de amor eterno. De tanto observar a vida do vizinho, Amália acaba se apaixonando por Hermano. Hermano, por sua vez, também se encanta por Amália.

O viúvo, por fim, toma coragem e se livra dos objetos da falecida esposa:

“Na ocasião em que cegamente apaixonado por Amália, decidiu pedi-la em casamento, Hermano refletiu sobre o destino que devia dar às relíquias da primeira mulher Não podia guardá-las como tinha feito até ali, porque seria isto uma infidelidade à esposa atual: não se animava, porém, a abandonar e como que expelir de si essas imagens e objetos, tão impregnados de sua vida, que faziam parte dela. Seria mutilar-se moralmente. Tomou uma resolução que pudesse conciliar tais escrúpulos Reuniu naqueles dois aposentos de Julieta tudo que lhe pertencera e fechou-os como se fossem a sepultura onde jazia a alma da primeira mulher.”

O viúvo se casa novamente e juntos tem uma filha, que nasce inexplicavelmente com as feições da mãe, Amália, mas também da falecida Julieta.

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