A literatura feminista foi, durante muito tempo, desconsiderada pelo fato do patriarcado considerar a inferioridade da mulher para com os homens, ainda mais no espaço artístico. Assim, a literatura feminista teve sua concretude de reconhecimento depois da quarta onda do feminismo, pois as mulheres passaram a trazer temas e problematizações que sempre foram silenciadas pelo contexto histórico, social e cultural. Fora que, as lutas travadas pelos movimentos feministas começaram a ter mais insistência no espaço fora do lar e isso contribuiu para que essas vozes fossem ouvidas. Isto não quer dizer que antes não tínhamos mulheres escritoras, mas que, na verdade, suas produções eram colocadas à margem da sociedade, ou seja, excluídas das escritas literárias e ignoradas pela critica literária. Desse modo, desde muitas décadas já havia diversas escritoras, mas por culpa das repreções sofridas nunca eram viabilizadas.
[…] A literatura dramática de autoria feminina ganha os palcos apenas na segunda metade do século XX, o que não significa afirmar que as mulheres durante esse período não escrevessem. Foi durante o século XIX que os periódicos, tanto dirigidos por homens como por mulheres contaram com a presença maior dessa literatura. De forma que se torna quase impossível estudar a literatura produzida pelas mulheres no século XIX sem se fazer um levantamento do que havia sido lançado durante aquela época. (Candido, 2017).Portanto, a literatura feminista, no viés contemporâneo, é a escrita de mulheres, sobre mulheres e para mulheres que utilizam da arte como forma de arte, denuncia e resistência. Além de fazer com que os pontos de pauta dos movimentos feministas e da teoria feminista foram (re)locadas para a literatura e pudessem, dessa forma, buscar mudança social no que diz respeito ao patriarcado, machismo, sexismo e misógnia. Reafirmando, é claro, o lugar que sempre tiveram e por esses motivos elencados foi retirado.