4. Peru de Natal, de Mário de Andrade
Peru de Natal, de Mário de Andrade
Peru de Natal narra o sentimento de culpa que assombra uma família depois da morte do pai. O homem era sério e a família vivia sem necessidades econômicas e conflitos, mas sem experimentar o sentimento da felicidade.
O narrador, filho de dezenove anos, que desde cedo foi tachado como “louco”, aproveitou a oportunidade para sugerir um peru para a ceia de Natal, o que era algo inadmissível, tendo em conta o luto da família.
Além disso, peru só era comido em dia de festa. Na verdade, a família ficava com os restos no dia seguinte ao evento, pois os parentes se encarregavam de devorar tudo e, ainda, levar para os que não podiam ter comparecido à festa.
O “louco” sugeria um peru só para eles, os cinco habitantes da casa. E assim foi feito, o que rendeu à família o melhor Natal que já tinham tido. O fato de terem um peru só para eles, trouxera uma “felicidade nova”.
Mas quando começou a servir o peru e ofereceu um prato cheio à mãe, esta começou a chorar e fez a tia e a irmã fazerem o mesmo. E a imagem do pai morto veio estragar o Natal, dando início à luta dos dois mortos: o pai e o peru. Por fim, fingindo-se triste, o narrador começa a falar do pai lembrando dos sacrifícios que tinha feito pela família, o que retomou o sentimento de felicidade da família.