ESCRITORAS FEMINISTAS: Virginia Woolf

Pouca gente sabe, mas a escritora inglesa Virginia Woolf, conhecida por clássicos como Mrs. DallowayAo Farol e As Ondas, é também autora de um importante ensaio que marcou a luta feminista a partir dos anos 1920.

O livro Um Teto Todo Seureproduz a conferência histórica que Virginia ministrou em 1928, em Newham e Girton – duas faculdades frequentadas por mulheres dentro da Universidade de Cambridge, na Inglaterra -, falando sobre mulheres e a ficção.

“Era uma conferência organizada numa universidade que aceitava mulheres, num país e numa época onde as mulheres sequer podiam entrar em bibliotecas que possuíam manuscritos de Shakespeare”, explica Carla Cristina Garcia, professora da PUC, que atua na área de Sociologia de Gênero, Estudos Feministas e Lazer Urbano.

Ela começa a conferência falando da diferença encontrada no próprio prédio da universidade, conta Carla. Na ala onde dormem os estudantes homens, o jantar é maravilhoso, há abundância. Já o jantar servido na ala feminina era uma sopinha sem graça, praticamente uma água com sal.

“E a partir dessa ideia da diferença entre a alimentação das moças e rapazes, ela vai mostrando como as mulheres ainda têm fome de conhecimento, fome de lugar no mundo e, principalmente (que é de onde vem o título do livro), de um teto todo seu. Ela vai defender o quanto é importante que a mulher tenha o dinheiro dela e um teto só dela para poder escrever. Porque o mundo fica requerendo da gente muita coisa, o que impossibilita um momento só nosso, que é o que criatividade precisa”.

Ao falar da sua teoria, Virginia também vai contando a história da Literatura, passando por autoras inglesas do século 19, como Jane Austen, as irmãs Brontë, Emily e Charlotte, além da George Eliot. Por isso, pedimos à Carla uma lista de romancistas que trouxeram grande contribuição ao feminismo. Ela ressalta que é importante lembrar que vai depender muito também do olho de quem lê para entender o que as escritoras estão colocando. “Elas não estão escrevendo só porque são feministas, mas a maneira como são construídas as personagens femininas vão fazendo com que se tornem heroínas e inspirem gerações futuras de mulheres”.

Espalhe isto!

Deixe um comentário

Clube do Gueto