Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar.
Categoria: Poesia
Carlos Drummond de Andrade
O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.
Osvald doni
Lembra daquelas paqueras difíceis de infância? Pois bem, a felicidade é a mesma coisa, fazemos de tudo para conquistá-la.
Clarice Lispector
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Aluísio de azevedo
Infeliz daquele a quem não é dado chorar; só o pranto afoga a dor que a vontade não vence destruir.
CLÁSSICOS FRANCESES: Os Miseráveis
Os Miseráveis (Victor Hugo)
O livro conta a história de Jean Valjean, um homem de origem humilde que rouba um pão para alimentar a família e é condenado a dezenove anos de prisão. Depois de solto, o pai de família é repudiado socialmente e acolhido por um bispo. Esse acontecimento muda radicalmente sua vida, mas, novos acontecimentos o reconduzem ao calabouço.
MOTIVO (Cecília Meireles) + Explicação e contexto
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Motivo é o primeiro poema do livro Viagem, publicado em 1939, época do Modernismo. A composição se trata de um metapoema, isto é, um texto que se volta sobre o seu próprio processo de construção. A metalinguagem na poesia é relativamente frequente na lírica de Cecília Meireles.
A respeito do título, Motivo, convém dizer que para Cecília escrever e viver eram verbos que se misturavam: viver era ser poeta e ser poeta era viver.
Escrever fazia parte da sua identidade e era uma condição essencial para a vida da escritora, é o que se constata especialmente no verso: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”.
O poema é existencialista e trata da transitoriedade da vida, muitas vezes com certo grau de melancolia, apesar da extrema delicadeza. Os versos são construídos a partir de antíteses, ideias opostas (alegre e triste; noites e dias; desmorono e edifico; permaneço e desfaço; fico e passo).
Uma outra característica marcante é a musicalidade da escrita – a lírica contém rimas, mas não com o rigor da métrica como no parnasianismo (existe e triste; fugidias e dias; edifico e fico; tudo e mudo).
É de se sublinhar também que praticamente todos os verbos do poema estão no tempo presente do indicativo, o que demonstra que Cecília pretendia evocar o aqui e o agora.
Fernando Pessoa
Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.
Vinicius de Moraes
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Mario de Andrade
As pessoas não debatem conteúdo, apenas os rótulos.
Mario de Andrade
Porque me deu agora de repente uma vontade danada de abraçar você, mas de corpo presente e ficar junto, sem assunto, deixando a vida passar…
Mario de Andrade
Eterna Presença
Este feliz desejo de abraçar-te,
Pois que tão longe tu de mim estás,
Faz com que te imagine em toda a parte
Visão, trazendo-me ventura e paz.
Vejo-te em sonho, sonho de beijar-te;
Vejo-te sombra, vou correndo atrás;
Vejo-te nua, oh branco lírio de arte,
Corando-me a existência de rapaz…
E com ver-te e sonhar-te, esta lembrança
Geratriz, esta mágica saudade,
Dá-me a ilusão de que chegaste enfim;
Sinto alegrias de quem pede e alcança
E a enganadora força de, em verdade,
Ter-te, longe de mim, juntinho a mim.