GRANDES OBRAS BRASILEIRAS: Região Nordeste

NORDESTE
– Paraíba: Ariano Suassuna (O Auto da Compadecida, 1955)
– Pernambuco: Clarice Lispector (A Hora da Estrela, 1977)
– Rio Grande do Norte: Madalena Antunes (Oiteiro – Memórias de uma sinhá-moça, 1958)
– Bahia: Jorge Amado (Gabriela Cravo e Canela, 1958)
– Sergipe: Vladimir Souza Carvalho ( Feijão de Cego, 2009)
– Ceará: Rachel de Queiroz (O Quinze, 1930)
– Alagoas: Graciliano Ramos (Vidas Secas, 1938)
– Piauí: Carlos Castello Branco ( O Arco de Triunfo, 1959)
– Maranhão: Aluísio Azevedo (O Cortiço, 1890)

GRANDES OBRAS BRASILEIRAS

(Se você tem alguma dúvida de que a literatura é um dos fatores mais importantes para definir a identidade de um povo, esse post é para você – caso esteja convencido disso, continue aqui mesmo assim)

Quando estava na escola, minha professora de Literatura pediu que escolhêssemos um livro do Érico Veríssimo para analisar ao longo do semestre. Ainda era abril e, apesar de já fazer algum frio nesta época do ano no Rio Grande do Sul, o termômetro naquele dia passava dos 25 graus. Lembro de ir à biblioteca em busca do primeiro volume de O Tempo e o Vento suando e poucas páginas depois de começar a leitura, sentir uma leve friagem ao ler as passagens em que Érico narra o vento Minuano cortando as noites na estância da família Terra – “Noite de ventos, noite de mortos”.

Algum tempo depois, essa mesma professora sugeriu que lêssemos Graciliano Ramos. Pedi o livro Vidas Secas a um amigo que me emprestou com a seguinte recomendação: “Até a metade você vai conseguir ler tranquilamente, mas depois é melhor ter uma garrafinha de água junto contigo”. De fato, durante a leitura senti a secura da cachorrinha Baleia e a apatia dos filhos de Fabiano dentro da boca, não deixando uma só gota de saliva descer pela garganta. Só consegui chegar ao fim seguindo o conselho do meu amigo.

Anos mais tarde, antes de visitar a Bahia, decidi que precisava ler Gabriela, Cravo e Canela. Em menos de 50 páginas, já tinha absorvido a cadência do sotaque mesmo sem ouvi-lo, sentia vontade de comer tapioca, acarajé, moqueca e de tomar uma(s) no bar do Nacib como se estivesse na Ilhéus do início do século.

Os livros nos apresentam a lugares que, mesmo quando reais, talvez nunca visitaremos, nos transportam para enredos que não podemos mudar e nos deixam íntimos de personagens cujos sotaques, hábitos, personalidades e aparências são adaptações de alguém, releituras de várias pessoas coladas em um determinado tempo e espaço.

É essa junção de elementos que faz a obra de Jorge Amado ser sinônimo de Bahia e a de Érico Veríssimo de Rio Grande do Sul, é isso que faz a literatura ser um dos mais importantes símbolos para a formação da identidade cultural de um lugar.

Os livros nos apresentam a lugares que, mesmo quando reais, talvez nunca visitaremos, nos transportam para enredos que não podemos mudar e nos deixam íntimos de personagens cujos sotaques, hábitos, personalidades e aparências são adaptações de alguém, releituras de várias pessoas coladas em um determinado tempo e espaço.

É essa junção de elementos que faz a obra de Jorge Amado ser sinônimo de Bahia e a de Érico Veríssimo de Rio Grande do Sul, é isso que faz a literatura ser um dos mais importantes símbolos para a formação da identidade cultural de um lugar.

Pensando nisso, selecionamos os 27 autores mais representativos de cada estado brasileiro. Nossa seleção se baseou em número de prêmios ganhos, participações em Academia de Letras de suas respectivas federações, cobrança nos vestibulares locais, número de traduções para línguas estrangeiras e, é claro, se o autor é reconhecido por sintetizar a identidade de cada estado — não sendo determinante seu local de nascimento.

LITERATURA ASIÁTICA: Confissões de uma Máscara

Confissões de uma máscara, de Yukio Mishima

Koo-chan vive um momento de conflito interior no Japão do entreguerras. No começo da adolescência, tem fantasias que combinam impulso sexual e violência sado-masoquista, desejo e morbidez. À medida que avança na adolescência – e a Segunda Guerra Mundial se desenrola -, o rapaz tenta se interessar por mulheres, entre as quais Omi e Sonoko. Contudo, ele sabe que sua opção sexual não corresponde aos padrões convencionais. O protagonista começa, aos poucos, uma viagem interior de descoberta e construção da própria identidade.

LITERATURA ASIÁTICA: Quando Éramos Órfãos

Quando éramos órfãos, de Kazuo Ishiguro

Christopher Banks, um garoto inglês nascido na Xangai do início do século XX, fica órfão aos nove anos de idade, quando seus pais desaparecem misteriosamente. De volta à Inglaterra, torna-se um detetive de renome e circula nos meios mais refinados. Vinte anos depois, Banks resolve rever Xangai – agora palco da guerra sangrenta entre China e Japão. A partir desse momento, sua busca pelos pais passa a confundir-se com a busca pela ordem num mundo órfão, vitimado pela sombra.

LITERATURA ASIÁTICA: 1Q84

1Q84 – Volume 1, de Haruki Murakami

Assumidamente inspirado na obra-prima de George Orwell, o título se situa no ano de 1984. Neste primeiro volume, Murakami traz a protagonista Aomame, uma mulher que esconde a profissão de assassina. Em uma tarde no início de abril, ela está parada num táxi, em meio ao trânsito de uma via expressa de Tóquio. Temendo não chegar a tempo de resolver uma pendência no bairro de Shibuya, ela se vê diante de uma opção inusitada proposta pelo motorista: descer do veículo e seguir por uma escada de emergência em plena avenida. Apesar de um estranho aviso do taxista, que diz que as coisas à volta dela se tornarão estranhas ao fazer algo tão incomum, Aomame segue a sugestão inicial. E o inesperado acontece…

LITERATURA ASIÁTICA: Uma Questão Pessoal

Uma questão pessoal, de Kenzaburo Oe (autor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura)

Em 1964, Kenzaburo Oe recebeu a notícia de que seu primeiro filho nascera com uma anomalia cerebral. É a mesma situação enfrentada pelo protagonista de Uma questão pessoal, o professor Bird. Aos 27 anos, ele leva uma vida mediana, bebendo pelos bares de Tóquio e sonhando com aventuras no distante continente africano. A gravidez da mulher acrescenta angústia ao cotidiano de Bird. A idéia de que será pai e chefe de família faz com que se sinta condenado à vida cotidiana. Para piorar, depois do parto, os pais descobrem que uma anomalia cerebral fará o menino ter uma vida vegetativa. Bird não suporta a possibilidade de se ver atrelado para sempre a um filho anormal. Passa, então, a desejar a morte da criança. Aos poucos, porém, Bird se dá conta de que a crise era uma oportunidade para percorrer um caminho de conquista da realidade, enfrentando os desafios de amadurecimento da vida adulta.

LITERATURA ASIÁTICA: Kyoto

Kyoto, de Yasunari Kawabata (autor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura)

Ambientado no período pós-guerra, o livro narra a trajetória de Chieko, filha adotiva de Takichiro, um comerciante de quimonos, e de sua esposa, Shige. Chieko é uma jovem que trabalha na loja da família e a vê em processo de falência, assim como vários outros pontos comerciais da antiga capital japonesa, em razão de mudanças nos valores culturais, agora fortemente influenciados pelo Ocidente. Durante um passeio pela aldeia de Kitayama, região montanhosa na periferia de Kyoto onde são cultivados cedros, Chieko acidentalmente conhece sua irmã gêmea, Naeko. Separadas ainda quando bebês, criadas em ambientes hierarquicamente distantes entre si, as irmãs agora tentam se aproximar.

LITERATURA ASIÁTICA: O Livro do Travesseiro

Escrita no século X, esta é a principal obra da literatura clássica japonesa. Composto por mais de trezentos textos curtos, que podem ser lidos em sequência ou ao acaso, o livro compõe um inventário da cultura do Japão feudal, vista pelo olhar poético de uma escritora. Com uma capacidade de produzir insights inesperados a cada página, Sei Shônagon ilumina tanto os pequenos fatos do cotidiano no Palácio Imperial, como os fenômenos da natureza, as sutis interações da vida social e a refinada trama de valores estéticos que enlaça e organiza praticamente todas as esferas da cultura

LITERATURA AFRICANA: A Geração da Utopia

LISTAS

15 livros de introdução à Literatura Africana

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Em outubro, tivemos a presença de duas escritoras nigerianas no clube: a curadora do mês foi Chimamanda Ngozi Adichie, que indicou o livro As alegrias da maternidade, de Buchi Emecheta, autora que nunca havia sido publicada no Brasil. A indicação inspirou a palestra “TAG livros: Chimamanda e a literatura africana”, que aconteceu na 63ª Feira do Livro de Porto Alegre com as presenças de Jéferson Tenório, escritor e mestre em literaturas luso-africanas, e Gustavo Lembert, diretor de Produto da TAG.

Ao final da palestra, Jéferson recomendou 15 livros que considera fundamentais para quem deseja ter uma introdução à literatura da África, que, conforme ele ressaltou, trata-se de um continente muito diverso e plural. Abaixo, a lista completa de obras escolhidas por ele:

1. Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

Americanah conta a história de Ifemelu, uma blogueira nigeriana reconhecida nos Estados Unidos, desde sua juventude em Lagos até seu cotidiano nos Estados Unidos, onde vai residir para estudar. Chegando lá, pela primeira vez, a protagonista se depara com a questão racial e com as adversidades que se apresentam por ser imigrante, mulher e negra.

2. O primeiro amor é sempre o último, de Tahar Ben Jelloun

As narrativas de O primeiro amor é sempre o último são baseadas nos contos de As mil e uma noites e na vida dos magrebinos. As histórias abordam temas como a incompreensão, a solidão, o amor e a dor. Lendárias e triviais, falam da dificuldade de comunicação entre o homem e a mulher árabes.

3. O outro pé da sereia, de Mia Couto

No centro do romance, dividido em dois momentos históricos, está a imagem de uma santa católica que encanta e perturba a todos que se aproximam dela. Em 1560, essa é a estátua que acompanha o jesuíta Gonçalo da Silveira da Índia em direção à atual região entre o Zimbábue e Moçambique. Já no século XXI, a mesma imagem é encontrada por Mwadia Malunga em terras moçambicanas. A narrativa explora as relações de sincretismo religioso e choque cultural entre portugueses, indianos e africanos, tecendo um retrato do mundo globalizado.

4. Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane

Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance e aborda, em sua obra, temas femininos e ligados à sua cultura. Niketche conta a história do casal Rami e Tony, casados há 20 anos. Certo dia, Rami, a narradora do livro, descobre que o marido tem quatro outras mulheres e vários filhos espalhados por Moçambique e decide, então, ir atrás das esposas de Tony.

5. Desonra, de J. M. Coetzee

Ganhador do Booker Prize, Desonra conta a história do professor de literatura David Lurie, que é expulso da universidade onde lecionava após ter um caso com uma aluna e ser acusado de abuso. Caindo em desgraça, Lurie viaja para a propriedade rural de sua filha, onde entra em contato com a situação da África do Sul pós-apartheid.

6. Sem gentileza, de Futhi Ntshingila

Em meio ao apartheid sul-africano, mãe e filha têm que enfrentar e superar adversidades como a pobreza e o medo da AIDS. Sem gentileza conta a trajetória de libertação pessoal de ambas as personagens, que, diante de uma sociedade machista, lutam para que suas vozes sejam ouvidas.

7. Death and the King’s Horseman, de Wole Soyinka

Essa peça teatral do vencedor do Nobel de Literatura, Wole Soyinka, ainda sem edição brasileira, se baseia nos acontecimentos de uma antiga cidade da Nigéria colonial. A trama começa quando, após a morte do rei, espera-se que o chefe da cavalaria real cometa suicídio para acompanhar seu governante ao céu. Ele é, entretanto, impedido do ato pelas autoridades locais.

8. Eva, de Germano Almeida

Iniciada nos anos 60 em Lisboa, a história passa pelo Cabo Verde pós-independência e termina novamente na capital portuguesa. No centro da trama estão uma mulher, Eva, e três homens apaixonados por ela. O romance recompõe a trajetória da fascinante personagem, em um livro repleto de citações literárias de nomes como Gabriel García Márquez, Franz Kafka e de diversos poetas caboverdianos.

9. O mundo se despedaça, de Chinua Achebe

O livro conta a história do guerreiro nigeriano Okonkwo, da etnia ibo, em um momento de gradual desintegração da vida tribal ocasionada pela chegada do colonizador branco. O choque de valores entre a tribo e os missionários britânicos desestabiliza a vida do clã de Okonkwo, um dos principais opositores dos missionários e que vê a adesão à nova crença religiosa de muitos de seus conterrâneos.

10. Os da minha rua, de Ondjaki

Nesse livro, composto por 22 textos, Ondjaki traz à tona suas memórias da infância em Luanda entre as décadas de 1990 e 1980, evocando músicas, cheiros e lugares. Registrando o cotidiano através de uma linguagem próxima da oralidade, o escritor lembra de amigos, da família, das festas e das paixões. Biografia e ficção se mesclam em um relato intimista que contém, ao mesmo tempo, uma perspectiva histórica.

11. O vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa

O vendedor de passados conta a história de Félix, um albino que mora em Luanda, na Angola, e que tem como ofício traçar árvores genealógicas em troca de dinheiro. Empresários, políticos e generais têm genealogias de luxo fabricadas por ele, que busca garantir a seus clientes eles um bom passado.

12. Feras de lugar nenhum, de Uzodinma Iweala

Narrado pelo pequeno Agu, Feras de lugar nenhum conta a chegada de uma milícia cruel à aldeia do garoto. Sozinho e longe de sua família, Agu é recrutado como soldado do grupo e vivencia os horrores de um conflito que não compreende. Enquanto os seres humanos são reduzidos a feras violentas e primitivas, o narrador do romance perde sua inocência em meio às barbáries sofridas e executadas por ele.

13. A geração da utopia, de Pepetela

A geração da utopia acompanha um grupo de jovens que se depara com a Angola pós-independência após lutar em favor de um país livre. No livro, Pepetela revisita os valores revolucionários expostos em Mayombe, um de seus romances anteriores, e os confronta com o que foi de fato conquistado após a vitória sobre Portugal.

LITERATURA AFRICANA: Eva

8. Eva, de Germano Almeida

Iniciada nos anos 60 em Lisboa, a história passa pelo Cabo Verde pós-independência e termina novamente na capital portuguesa. No centro da trama estão uma mulher, Eva, e três homens apaixonados por ela. O romance recompõe a trajetória da fascinante personagem, em um livro repleto de citações literárias de nomes como Gabriel García Márquez, Franz Kafka e de diversos poetas caboverdianos.

Clube do Gueto