JOSÉ DE ALENCAR: Lucíola

 Lucíola, 1862

O romance Lucíola narra uma história trágica de amor. O narrador, Paulo, conta o romance que teve com uma mulher chamada Lúcia, por quem se apaixonou. Tudo começou no ano de 1855, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Em uma noite de festa, Paulo conhece Lúcia e se encanta pela cortesã. Juntos mantém um caso amoroso secreto, longe dos olhos da sociedade.

Lúcia deseja largar a vida da prostituição, por isso se muda com a irmã, Ana, para longe da cidade. Ficamos sabendo que a decisão de vender o próprio corpo não foi tomada por própria vontade: como a família estava doente, com febre amarela, Lúcia viu-se obrigada a arranjar recursos para sustentar a casa. Também descobrimos, ao longo da narrativa, que o real nome da moça era Maria da Glória – Lúcia foi o nome que pegou emprestado de uma amiga que faleceu no passado.

O amor entre Maria da Glória (Lúcia) e Paulo vai se tornando cada vez mais sólido. Por fim, a moça engravida. Ela não aceita o próprio filho porque crê que o seu corpo é sujo devido ao seu passado. O destino dos amantes é tráfico: Lúcia morre, grávida, e Paulo fica só. O rapaz, no entanto, cumpre a última promessa que havia feito e cuida da cunhada, Ana, até que a jovem se case.

“Há seis anos que ela me deixou; mas eu recebi a sua alma, que me acompanhará eternamente. Tenho-a tão viva e presente no meu coração, como se ainda a visse reclinar-se meiga para mim. Há dias no ano e horas no dia que ela sagrou com a sua memória, e lhe pertencem exclusivamente. Onde quer que eu esteja, a sua alma me reclama e atrai; é forçoso então que ela viva em mim. Há também lugares e objetos onde vagam seus espíritos; não os posso ver sem que o seu amor me envolva como uma luz celeste.

Ana casou-se há dois anos. Vive feliz com seu marido, que a ama como ela merece. É um anjo de bondade; e a juventude realçando-lhe as graças infantis, aumentou a sua semelhança com a irmã; porém falta-lhe aquela irradiação intima de fogo divino. Almas como as de Lúcia, Deus não as dá duas vezes à mesma família, nem as cria aos pares, mas isoladas como os grandes astros destinados a esclarecer uma esfera.

Cumpri a vontade de minha Lúcia; tenho servido de pai a essa menina; com a sua felicidade paguei um óbolo de minha gratidão à doce amiga que tanto amou-me.”

JOSÉ DE ALENCAR: O Guarani

O guarani, 1857

Primeira edição de O guarani.
Primeira edição de O guarani.

O cenário da obra-prima O guarani é uma fazenda as margens do rio Paquequer, na Serra dos Órgãos, interior do Estado do Rio de Janeiro. A história é ambientada no século XVII e os protagonistas são Peri, índio da região, e Cecília, filha de D.Antônio de Mariz, um fidalgo português. Peri é um índio da tribo dos Goitacás que defendeu a família Mariz e, pela sua demonstração de fidelidade, ganhou a confiança da casa e passou a viver com a família. O índio possuía um amor cego e devoto por Ceci, uma linda moça que colecionava apaixonados.

Quando percebe que a família corre perigo de ser atacada pelos aimorés, índios da região, Peri se submete a o maior dos sacrifícios: como os aimorés eram canibais, Peri se envenena e vai para combate. Seu plano era que, ao ser devorado, a tribo falecesse, deixando a família Mariz em paz. Felizmente os cálculos de Peri não dão certo e ele acaba sendo salvo a tempo. A fazenda é incendiada, D.Antônio de Mariz batiza o índio rapidamente e o autoriza a fugir com Ceci.

“O índio fez a narração da cena da noite antecedente desde que Cecília tinha adormecido até o momento em que a casa saltara com a explosão, restando dela apenas um montão de ruínas.

Contou que ele tinha preparado tudo para que D. Antônio de Mariz fugisse, salvando Cecília; mas que o fidalgo recusara, dizendo que a sua lealdade e a sua honra mandavam que morresse no seu posto.

— Meu nobre pai! murmurou a menina enxugando as lágrimas. Houve um instante de silêncio, depois do qual Peri concluiu a sua narração, e referiu como D. Antônio de Mariz o tinha batizado, e lhe havia confiado a salvação de sua filha.

— Tu és cristão, Peri?… exclamou a menina, cujos olhos brilharam com uma alegria inefável.

— Sim; teu pai disse: “Peri, tu és cristão; dou-te o meu nome!”

— Obrigado, meu Deus, disse a menina juntando as mãos e erguendo os olhos ao céu.”

JOSÉ DE ALENCAR: A Viuvinha

A viuvinha, 1857

Assim como Cinco minutos, A viuvinha é um romance urbano ambientado no Rio de Janeiro. Os protagonistas são Jorge e Carolina. Jorge é filho de um negociante rico que faleceu jovem, deixando o rapaz órfão. Quem ficou responsável por ser o seu tutor foi o Sr.Almeida, velho amigo do pai de Jorge. Ao alcançar a maioridade, Jorge toma posse dos bens e passa a aproveitar a vida.

Porém, após anos de diversão, o tédio chega e Jorge se vê sozinho e deprimido. Um belo dia conhece Carolina, uma moça humilde que vive com a mãe em uma pequena casa em Santa Teresa. Os dois casam-se, mas, um pouco antes do casamento, Jorge descobre que já não tem mais a sua fortuna. Desesperado, Jorge caminha até um beco onde habitualmente se praticavam suicídios:

“Meia hora depois ouviram-se dois tiros de pistola; os trabalhadores que vinham chegando para o serviço, correram ao lugar donde partira o estrondo e viram sobre a areia o corpo de um homem, cujo rosto tinha sido completamente desfigurado pela explosão da arma de fogo. Um dos guardas meteu a mão no bolso da sobrecasaca e achou uma carteira, contendo algumas notas pequenas, e uma carta apenas dobrada, que ele abriu e leu: “Peço a quem achar o meu corpo o faça enterrar imediatamente, a fim de poupar à minha mulher e aos meus amigos esse horrível espetáculo. Para isso achará na minha carteira o dinheiro que possuo.” Jorge da Silva 5 de setembro de 1844. Uma hora depois a autoridade competente chegou ao lugar do suicídio e, tomando conhecimento do fato, deu as providências para que se cumprisse a última vontade do finado.”

Acreditando que estava viúva, Carolina entra em luto e nunca mais deseja homem algum. Mas a verdade é que Jorge não havia de fato morrido, tinha apenas se mudado para os Estados Unidos onde trabalhou para recuperar a fortuna e limpar o nome.

Ao regressar para o Brasil, encontra Carolina, que passou a ser chamada de viuvinha. Apaixonado pela esposa, Jorge revela tudo o que se passou e Carolina o perdoa. Juntos vivem felizes para sempre em uma fazenda afastada.

JOSÉ DE ALENCAR: Cinco Minutos

Cinco Minutos, 1856

Cinco minutos foi das primeiras narrativas escritas por José de Alencar. Ainda no início da carreira, o escritor mantinha o estilo folhetinesco e casual. Nessa história breve, passada no Rio de Janeiro, o protagonista dirige-se diretamente a sua prima para contar um caso pessoal. Figura um tom intimista, quase como um segredo que se quisesse contar.

“É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima. Mas é uma história, e não um romance. Há mais de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi-me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí. Sabe que sou o homem o menos pontual que há neste mundo; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas qualidades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis, e esse mau costume dos ingleses. Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações de uma pêndula.”

O protagonista, não nomeado, se atrasa e perde o ônibus que desejava. Assim, acaba se cruzando com Carlota, uma desconhecida até então por quem fica fissurado. Carlota tinha dezesseis anos, era muito doente, e havia se apaixonado pelo protagonista meses antes durante um baile. Por crer que a sua saúde perigava, decidiu não se declarar ao amado. Por fim, a menina se curou da doença e viveu feliz para sempre ao lado do amado.

A história contada por José de Alencar é um clássico romântico repleto de um afeto ingênuo e pueril.

LEITORES E BIBLIOTECAS

LEITORES E BIBLIOTECAS

✨ Durante muito tempo, eu fui uma leitora de biblioteca. Meus pais sempre me compraram livros para ler, mas eu frequentava assiduamente bibliotecas e sempre estava com um livro emprestado.

✨ Eu sempre me lembro com muito carinho da minha época de escola, em que eu frequentava sala de leitura. Com certeza, aquele foi um dos espaços onde eu expandi o meu gosto pelos livros, com um professor incrível que me deixava pegar mais de um livro emprestado de uma só vez.

✨ Um dos meus livros favoritos dessa época foi Duas Vidas, dois destinos da Katherine Paterson. Essa é a história das irmãs Louise e Caroline, gêmeas de nascimento, mas separadas por destinos tão diversos. Narrada por Louise, a história conta como, em sua visão, a irmã Caroline fica com a melhor parte de tudo. Até que Louise decide lutar por um lugar no mundo que seja só seu. Inspirado na história bíblica dos gêmeos Esaú e Jacó.⁣

✨ Quando cheguei ao ensino médio, comecei a frequentar a biblioteca pública que tem perto da minha casa, trocava os livros semanalmente e adorava passar o tempo lá escolhendo qual seria a minha próxima leitura. Foi nessa época que li a trilogia Mundo de Tinta (recomendo demais, inclusive). Essa biblioteca, inclusive, foi uma das grandes responsáveis pelo início do meu namoro 🤭

✨ Atualmente eu não frequento mais bibliotecas mas guardo com muito carinho todas essas memórias do meu crescimento nestes espaços!

GRANDES OBRAS DE SHAKESPEARE: A Megera Domada

8 – A Megera Domada

Considerada uma comédia de costumes, a obra fala sobre o amor de Catarina e Petruchio, um fidalgo de Verona. A história foi inspirada em contos da tradição oral e adaptada por Shakespeare para o teatro entre 1593 e 1594. O objetivo da obra era satirizar os costumes da época, fazendo críticas por meio do lado cômico.

GRANDES OBRAS DE SHAKESPEARE: Sonho de uma Noite de Verão

7 – Sonho de uma Noite de Verão

Essa obra conta a história de 4 jovens apaixonados, que passam por diversos desencontros amorosos ao longo da trama. Vários assuntos ambíguos são tratados durante a trama, como casamentos, brigas, paixões, reconciliações, etc. É uma comédia trágica que acontece em um bosque, no qual vivem fadas e duendes.

 

GRANDES OBRAS DE SHAKESPEARE: Romeu e Julieta

4 – Romeu e Julieta

O enredo da obra fala sobre o romance do casal Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, que não poderiam ficar juntos por brigas entre suas famílias. Contrariando às expectativas, os jovens se apaixonam e fazem loucuras de amor para permanecerem juntos. Altamente apreciada pelo público jovem, a obra foi adaptada para o cinema, sendo um dos exemplos cinematográficos o filme “Romeu + Julieta”, do diretor Baz Luhrmann.

 

GRANDES OBRAS DE SHAKESPEARE: Hamlet

2 – Hamlet

“Ser ou não ser? Eis a questão”. Uma das frases mais famosas da literatura foi extraída do livro Hamlet, publicado em 1603. O protagonista, homônimo ao título da publicação, é o príncipe da Dinamarca e é obrigado a realizar um ato de revanche contra seu tio Cláudio, que teria assassinado o pai do jovem. É uma das obras extremamente adaptada, que discute essencialmente as relações humanas.

GRANDES OBRAS DE SHAKESPEARE: Otelo

1 – Otelo, o Mouro de Veneza

Os protagonistas principais da publicação são Otelo, um general mouro, Desdêmona, esposa dele, Cássio, tenente, e Iago, sub-oficial. Ao longo do enredo, Shakespeare desenvolve uma trama de inveja, traição e rivalidade. Embora a obra tenha sido escrita por volta de 1603 e publicada em 1622, os temas abordados ainda apresentam um grande grau de atualidade.

Clube do Gueto