ESCRITORAS FEMINISTAS: Nélida Piñon

Nélida Piñon

Nelida Pinon

Foto: Leo Martins/Agência Globo

Nélida Piñon é pouco lida no Brasil, mas importantíssima na Literatura Brasileira e mundial. Foi a primeira mulher presidente da Academia Brasileira de Letras e é muito traduzida lá fora. Não é uma leitura fácil, mas é maravilhosa. Tem crônicas, contos e romances importantes como A Doce Canção de CaetanaA República dos Sonhos e Vozes do Deserto – neste último ela revela a mulher oculta por trás do mito da mais famosa narradora da literatura oriental, Scherazade.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes

Foto: Anderson Prado, Diário de S. Paulo

Entre as escritoras nacionais, a Lygia tem uma história importante no feminismo. Se formou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco nos anos 1940, época em que os estudantes do curso eram majoritariamente homens. Seu livro As Meninas foi escrito e lançado em plena ditadura militar e traz a história de Lorena, Ana Clara e Lia em meio às pressões da época. Já A Disciplina do Amor, conta episódios da sua vida entremeados com ficção.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Laura Esquivel

Laura Esquivel

Laura Esquivel

Foto: Divulgação

Laura Esquivel é uma autora mexicana que ficou famosa pelo livro Como Água para Chocolate, em que relaciona a arte de cozinhar aos amores, desamores, risos e prantos. Nos últimos 20 anos ela fez diferença no cenário que se chamou de boom das novelas femininas, exatamente por fazer um questionamento de dentro para fora.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Clarice Lispector

Clarice Lispector

Clarice Lispector

Foto: Divulgação

Clarice tem que aparecer sempre. Ainda que ela não trate diretamente de questões feministas, não há nada mais feminista do que um livro como A Paixão Segundo G.H.. Ela serve para tudo e ninguém passa impune à sua leitura. Perto do Coração SelvagemA Hora da Estrela, todos são ótimos romances. Ela enfia o dedo na ferida sem dó, e propõe questões humanas com protagonistas femininas.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Isabel Allende

Isabel Allende

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Foto: Facebook/Divulgação

Isabel Allende é uma escritora chilena que mora nos Estados Unidos há muito tempo e seu livro mais famoso é a Casa dos Espíritos. Suas protagonistas nunca são mulheres fracas, não há uma sequer que coloque em cheque a questão da subalternidade feminina ou situações em que você imagine que as mulheres não irão atuar e nem tomar a frente da própria história.

Ela também dá muitas palestras hoje em dia sobre o lugar das mulheres tanto no mundo literário quanto político.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Margaret Atwood

Margaret Atwood

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Foto: Divulgação

Margaret Atwood é uma escritora canadense que cria personagens femininas totalmente fora do padrão que se espera num cânone que tem uma fórmula definida de romances escritos por mulheres. Em A Noiva Ladra, ela cria personagens do mal e trata de assuntos como estratégia militar.

No livro A Odisseia da Penélope, ela reconta o famoso mito subvertendo a narrativa original. Não é a história do marido que viaja e, sim, da mulher que vai tecer e desmanchar, mas renunciando à passividade. Ela faz uma nova leitura da Penélope, personagem emblemática da fidelidade e da obediência feminina, que passa a ocupar o centro da história.

ESCRITORAS FEMINISTAS: Virginia Woolf

Pouca gente sabe, mas a escritora inglesa Virginia Woolf, conhecida por clássicos como Mrs. DallowayAo Farol e As Ondas, é também autora de um importante ensaio que marcou a luta feminista a partir dos anos 1920.

O livro Um Teto Todo Seureproduz a conferência histórica que Virginia ministrou em 1928, em Newham e Girton – duas faculdades frequentadas por mulheres dentro da Universidade de Cambridge, na Inglaterra -, falando sobre mulheres e a ficção.

“Era uma conferência organizada numa universidade que aceitava mulheres, num país e numa época onde as mulheres sequer podiam entrar em bibliotecas que possuíam manuscritos de Shakespeare”, explica Carla Cristina Garcia, professora da PUC, que atua na área de Sociologia de Gênero, Estudos Feministas e Lazer Urbano.

Ela começa a conferência falando da diferença encontrada no próprio prédio da universidade, conta Carla. Na ala onde dormem os estudantes homens, o jantar é maravilhoso, há abundância. Já o jantar servido na ala feminina era uma sopinha sem graça, praticamente uma água com sal.

“E a partir dessa ideia da diferença entre a alimentação das moças e rapazes, ela vai mostrando como as mulheres ainda têm fome de conhecimento, fome de lugar no mundo e, principalmente (que é de onde vem o título do livro), de um teto todo seu. Ela vai defender o quanto é importante que a mulher tenha o dinheiro dela e um teto só dela para poder escrever. Porque o mundo fica requerendo da gente muita coisa, o que impossibilita um momento só nosso, que é o que criatividade precisa”.

Ao falar da sua teoria, Virginia também vai contando a história da Literatura, passando por autoras inglesas do século 19, como Jane Austen, as irmãs Brontë, Emily e Charlotte, além da George Eliot. Por isso, pedimos à Carla uma lista de romancistas que trouxeram grande contribuição ao feminismo. Ela ressalta que é importante lembrar que vai depender muito também do olho de quem lê para entender o que as escritoras estão colocando. “Elas não estão escrevendo só porque são feministas, mas a maneira como são construídas as personagens femininas vão fazendo com que se tornem heroínas e inspirem gerações futuras de mulheres”.

HISTORICIDADE DA LITERATURA FEMINISTA

A literatura feminista foi, durante muito tempo, desconsiderada pelo fato do patriarcado considerar a inferioridade da mulher para com os homens, ainda mais no espaço artístico. Assim, a literatura feminista teve sua concretude de reconhecimento depois da quarta onda do feminismo, pois as mulheres passaram a trazer temas e problematizações que sempre foram silenciadas pelo contexto histórico, social e cultural. Fora que, as lutas travadas pelos movimentos feministas começaram a ter mais insistência no espaço fora do lar e isso contribuiu para que essas vozes fossem ouvidas. Isto não quer dizer que antes não tínhamos mulheres escritoras, mas que, na verdade, suas produções eram colocadas à margem da sociedade, ou seja, excluídas das escritas literárias e ignoradas pela critica literária. Desse modo, desde muitas décadas já havia diversas escritoras, mas por culpa das repreções sofridas nunca eram viabilizadas.

[…] A literatura dramática de autoria feminina ganha os palcos apenas na segunda metade do século XX, o que não significa afirmar que as mulheres durante esse período não escrevessem. Foi durante o século XIX que os periódicos, tanto dirigidos por homens como por mulheres contaram com a presença maior dessa literatura. De forma que se torna quase impossível estudar a literatura produzida pelas mulheres no século XIX sem se fazer um levantamento do que havia sido lançado durante aquela época. (Candido, 2017).

Portanto, a literatura feminista, no viés contemporâneo, é a escrita de mulheres, sobre mulheres e para mulheres que utilizam da arte como forma de arte, denuncia e resistência. Além de fazer com que os pontos de pauta dos movimentos feministas e da teoria feminista foram (re)locadas para a literatura e pudessem, dessa forma, buscar mudança social no que diz respeito ao patriarcado, machismosexismo e misógnia. Reafirmando, é claro, o lugar que sempre tiveram e por esses motivos elencados foi retirado.

GRANDES BOOKTUBERS: Ler Antes de Morrer

Ler Antes de Morrer

Outra super dica pra quem tá firme e forte na missão ‘entrar na faculdade’, é assistir os vídeos maravilhosos do “Ler Antes de Morrer”. A booktuber Isabella Lubrano, que é jornalista formada pela USP, fala sobre as principais obras da literatura brasileira e mundial com muuuuito bom humor, faz resenhas de vários clássicos, curiosidades sobre os livros e autores, e muito mais. O objetivo da fofa é resenhar 1001 livros pelo canal e a gente com certeza vai assistir tudinho!

Clube do Gueto