6 – Contos de Christian Andersen (1835 -1852), de Hans Christian Andersen
7- Vinte Mil Léguas Submarinas (1870), de Julio Verne
8 – Asteríx (1959-2010), de René Goscinny e Albert Uderzo
6 – Contos de Christian Andersen (1835 -1852), de Hans Christian Andersen
7- Vinte Mil Léguas Submarinas (1870), de Julio Verne
8 – Asteríx (1959-2010), de René Goscinny e Albert Uderzo
2 – Pinóquio (1883), de Carlo Collodi
3 – O principezinho (1943), de Antoine Saint Expéry
4 – O Peregrino (1678), John Bunyan
De James Joyce podíamos ter escolhido Ulysses, mas pareceu demasiado óbvio. Quando o leitor se queixa do esforço necessário para ler Finnegans Wake (1939), tenha em mente o que custou ao autor escrever esse romance, durante quase duas décadas. O intrigante é que começou logo depois de completar seu monumental Ulysses (1922), obra que, em suas próprias palavras, o deixara “esgotado”. É claro que o escritor irlandês tirou forças de algum lugar, porque Finnegans Wake tem 628 páginas, para as quais teve que se desfazer de quase 15.000.
Usou uma linguagem inventada, misturando unidades léxicas do inglês com neologismos, e o encheu de trocadilhos que fazem com que seja realmente difícil compreendê-lo. A estrutura ajuda pouco: não é linear, mas, como ele chamou, “esférica” onde tudo que é contado sobre a família Earwicker e seu ambiente é ao mesmo tempo o início e o fim da história. Os poucos que conseguiram terminá-lo (e entender), como o escritor Anthony Burgess, afirmam que “morreram de rir em cada página”. Parabéns, senhor Burgess.
Muitos dos consultados atribuem ao tamanho a dificuldade de acabar esse romance. Não é de surpreender, o genialmente obscuro autor chileno planejou que seriam cinco livros separados publicados depois de sua morte em 2003, como legado econômico aos seus descendentes. Seus filhos, no entanto, deixaram de lado a intenção econômica e preferiram transformá-los em um único grande romance. O resultado são mais de mil páginas com a pena ágil e turva de Bolaño percorrendo o que acontece na cidade imaginária de Santa Teresa, espelho da violenta Ciudad Juárez do México.
Há outro fator, no entanto, que o torna um encalhe mais ou menos na metade do livro. Conta a filóloga Josefina Lazcaray, uma voz autorizada pela devoção que sente pelo autor: “Me deprime. Bolaño tem uma escrita espetacular, mas nessa parte descreve um após o outro os assassinatos de mulheres, durante páginas e páginas que vão de entediante a angustiante sem interrupção. É como chegar a um terreno enlameado de horrores, que me impede de continuar com o que vem depois”.
A filóloga Josefina Lazcaray dá um conselho aos intrépidos que se aventurem a terminar os sete volumes que Proust escreveu ao longo de 14 anos: “Chegar até a página 80 do primeiro, e superar a famosa cena em que Proust lembra de sua infância enquanto molha um bolinho no chá”. O escritor parisiense escreveu esta obra de mais de 3.000 páginas entre 1908 e 1922, bem no ano que morreu, possivelmente esgotado por tal odisseia.
Muitos recomendam ler antes a biografia de Proust, porque Em Busca do Tempo Perdido consiste, em última análise, de reflexões sobre sua vida. Mas voltemos à página 80: “É um romance muito complicado pela sintaxe tão própria e complexa de Proust, a ausência de pontos em passagens longuíssimas nas quais vai unindo ideias diferentes e é fácil se perder. Mas quando você passa o episódio do bolinho, o cérebro se acostuma com a forma de escrever dele, e está pronto para o resto que, se você entender, acaba devorando”, diz Lazcaray. O caso dela não é normal. Poucos podem dizer que leram os sete volumes (“é um dos espinhos que tenho cravado”, diz Manuel Astur), e muito menos duas vezes, como a filóloga: “A primeira por prazer, quando tinha começado a universidade; a segunda, porque foi meu projeto de final de carreira. E descobri muitos detalhes novos. Recomendo”. Quem estiver disposto a imitá-la, deve dedicar uns meses a mais. Ou melhor um ano.
O escritor argentino definiu sua obra-prima O Jogo da Amarelinha (1963) como “contrarromance”. Através da história de seu protagonista, Horacio Oliveira, traça, em mais de 156 capítulos, uma vida completa, mas com estruturas que fogem do convencionalismo para entrar no surrealista. E não só no que conta, mas sobretudo em como o faz. Convida o leitor a compartilhar seu caos e lhe dá várias opções para ler o romance: existe a “normal”, do início ao fim. Também a “tradicional”, apenas até o capítulo 56, prescindindo do resto. Também a “anárquica”, ou seja, a ordem que o leitor quiser.
E, finalmente, a proposta por Cortázar, como um jogo, com uma sequência definida no “tabuleiro de direção” mostrado na primeira página, como uma espécie de Excel primordial. É uma grade na qual o leitor começa no capítulo 73, e daí vai saltando de um ao outro sem ordem aparente, para terminar no 131. Muitos são aqueles que dizem não ter passado da página tal ou da página qual. Mas essa confissão deve ser seguida da inevitável pergunta: em que ordem você o leu? É que O Jogo da Amarelinha é o único livro que, se for deixado pela metade, pode significar que você praticamente o terminou.
Caso típico de uma obra de arte aplaudida pela crítica e incompreendida pelo público. O genial autor de São Petersburgo escrevia tão bem que redigiu seu romance mais famoso, Lolita, em inglês, que não era sua língua materna (embora a dominasse desde a infância, pelo empenho de sua família aristocrática e de seus professores). O germe de Ada ou Ardor veio depois de ter se tornado mundialmente famoso com a história do professor viúvo obcecado por uma adolescente: logo depois de Lolita, se propôs a criar sua obra-prima (ainda não estava consciente de que já a tinha escrito), e Ada ou Ardor (1969) nasceu de dois projetos diferentes, duas crônicas de vida que acabaram sendo traçadas de tal maneira que ele decidiu que mereciam se tornar um único romance.
Talvez seja por isso que levou mais de nove anos para escrevê-lo. Nabokov sempre disse que queria ser lembrado por essa obra, embora sua narrativa arrevesada, cheia de acrobacias semânticas, alusões e duplos sentidos imperceptíveis para um leitor de inteligência mediana não tenha obtido o lugar universal que esperava. O poeta Manuel Astur vive uma contradição com esse livro: “Nabokov é um dos meus mestres, a grande inspiração para os meus livros. Mas este é um romance que me resiste, por mais que eu tente”.
8. A metamorfose, de Franz Kafka (Companhia das Letras)
Nesse livro, Kafka nos fala sobre o caixeiro-viajante Gregor Samsa e como ele acabou se transformando em um terrível inseto. A narrativa une realismo e humor de forma melancólica, mas memorável. Clássico da literatura universal, A metamorfose é uma boa ideia para quem gosta de viajar sem sair da poltrona.
9. Antígona, de Sófocles (L&PM)
Uma das mais importantes tragédias gregas, esse livro narra a história de Antígona, uma mulher que abala a tirania e a sociedade sozinha numa época em que apenas homens podiam participar da política. Esse é um clássico da literatura universal que traz ensinamentos para a vida toda.
O livro começa com a morte do personagem principal, mas logo volta aos acontecimentos de sua vida e explica, de certa forma, como ela chegou ao fim. Escrita com maestria, essa é uma das obras mais célebres do russo Tolstói e foi lançada após uma pausa na carreira do autor.
4. Buracos Negros, de Stephen Hawking (Intrínseca)
O livro nada mais é do que a transcrição de duas famosas palestras que Hawking deu sobre buracos negros para a BBC Reith Lectures. Como já é de se esperar, as explicações do físico são fantásticas e muito didáticas. O livro ideal para quem curte o assunto ou para quem quer ser introduzido a ele.
5. A revolução dos bichos, de George Orwell (Companhia das Letras)
Esse é um grande clássico da literatura para quem quer aprender um pouco de história ou apenas se divertir. O livro traz a trama de animais de uma fazenda que decidem se rebelar contra o sistema problemático em que vivem, fazendo analogia à Revolução Russa de 1917.
6. Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (Biblioteca Azul)
A distopia que Bradbury relata nesta obra mostra um mundo no qual as pessoas não podem ler livros. Bombeiros? Só aqueles que cuidam de queimar toda literatura encontrada. Mas, e quando um bombeiro resolve dar uma espiadinha numa das obras? O que será que o sistema opressor vai fazer? Só lendo pra descobrir.
7. A morte e a morte de Quincas Berro d’Água, de Jorge Amado (Companhia das Letras)
Considerado por muitos uma obra-prima da literatura brasileira, o livro conta um pouco da vida e da morte de Quincas Berro d’Água, homem muito correto que em determinado ponto da vida decide se voltar para a malandragem. Após sua morte, família do homem deseja reconstruir sua dignidade, enquanto os amigos querem levar o cadáver para se divertir.
1. Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel García Márquez (Record)
Nessa obra genial, Gabo conta a história de Santiago Nasar e de como toda a comunidade sabia que logo ele iria morrer, pois estava jurado de morte. A trama se desenvolve de uma forma fascinante, com toda a destreza da narrativa do colombiano. É uma ótima pedida para começar a se aventurar nas obras do autor de Cem Anos de Solidão.
2. Uma rua de Roma, de Patrick Modiano (Rocco)
Do ganhador do Nobel de literatura em 2014, Uma rua de Roma traz a história de Guy Roland, que sofre de amnésia total. No livro o protagonista tenta descobrir sua identidade bancando um detetive. A narrativa é cheia de reviravoltas e, como todo bom suspense, prende o leitor até o final.
3. E não sobrou nenhum, de Agatha Christie (Globo Livros)
Considerado por muitos críticos o melhor livro de suspense de todos os tempos, E não sobrou nenhum conta a história de dez pessoas que são convidadas a passar alguns dias numa ilha. Envolvendo uma canção infantil, soldadinhos de porcelana e acontecimentos muito sinistros, a história tem um desfecho que só a Rainha do Crime poderia proporcionar.