A profundidade e sentimentalismo da obra de Clarice Lispector faz dela um dos nomes mais adorados por jovens brasileiros de várias gerações. Nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, Clarice escreveu poemas, romances, matérias para jornal e livros infantis.
A poesia de Drummond é conhecida no mundo inteiro e considerada a maior influência para este gênero literário no Brasil. Versos soltos, palavras simples e uma extensa obra, sendo a mais renomada A Rosa do Povo (1945) fazem dele um nome sempre lembrado entre os clássicos escritores nacionais.
Você pode saber mais sobre Carlos Drummond e seus belíssimos escritos através da sua biografia completa.
A primeira escritora brasileira a se tornar realmente famosa no meio literário. Assinando mais de cinquenta obras, Cecília estreou no mundo editoral com apenas dezoito anos de idade com a obra Espectros (1919). Poemas, romances, livros infantis e textos jornalísticos estão no currículo premiado da autora.
José de Alencar inaugurou o que é chamado de romance de temática nacional. Formou em direito, mas sua paixão sempre foi a escrita e depois do sucesso de O Guarani (1857), investiu ainda mais na sua carreira, depois mesclando-a com a política. Escreveu romances, contos, crônicas, peças de teatro e a sua própria autobiografia.
Veja quais são as melhores obras e momentos importantes da carreira de José de Alencar.
Um dos primeiros escritores brasileiros e latino-americanos a escrever para crianças. Também foi precursor dos editores no Brasil, numa época em que os livros eram feitos apenas no exterior.
Além dos livros infantis que incluem os personagens de muito sucesso do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Lobato também escreveu contos, e um único romance, polêmico, em 1926, chamado O Choque das Raças.
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Machado de Assis (1839-1908) foi um escritor brasileiro, um dos nomes mais importantes da literatura do século XIX. Escreveu poesias, contos, e romances. Foi também jornalista, teatrólogo, crítico de teatro e crítico literário.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na Chácara do Livramento no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho de 1839. Foi o primeiro filho de Francisco José de Assis, um decorador de paredes, e da imigrante portuguesa Maria Leopoldina.
Infância e adolescência
Machado de Assis passou sua infância e adolescência no bairro do Livramento. Seus pais viviam na propriedade do falecido senador Bento Barroso Pereira e D. Leopoldina era a protegida de D. Maria Jose Pereira.
Machado fez seus primeiros estudos na escola pública do bairro de São Cristovão. Tornou-se amigo do padre Silveira Sarmento, o ajudava nas missas, familiarizava-se com o latim.
Quando tinha dez anos perdeu sua mãe. Viúvo, seu pai saiu da Chácara e foi morar em São Cristovão. Logo passou a viver com Maria Inês da Silva, só vindo a casar-se em 1854.
Sua madrasta trabalhava como doceira em uma escola e levava o enteado para assistir algumas aulas. À noite, Machado ia para uma padaria, local onde aprendia francês com o forneiro.
À luz de velas, Machado lia tudo que passava em suas mãos e já escrevia suas primeiras poesias.
Em busca de um emprego, com 15 anos, conheceu Francisco de Paula e Brito, dono da livraria, do jornal e da tipografia.
Carreira de jornalista
No dia 12 de fevereiro de 1855, o jornal “Marmota Fluminense” trazia na página 3 o poema “Ela”, de Machado de Assis:
“Dos lábios de Querubim Eu quisera ouvir um sim Para alívio do coração”…
Daí por diante não parou de escrever na Marmota e de fazer amizades com os políticos e literatos, frequentadores da livraria, onde o assunto principal era a poesia.
Em 1856, Machadinho, como era conhecido, entrou para a Imprensa Oficial como aprendiz de tipógrafo, mas além de mau funcionário, escondia-se para ler tudo que lhe interessava.
O diretor decidiu incentivar o jovem e o apresentou a três importantes jornalistas: Francisco Otaviano, Pedro Luís e Quintino Bocaiúva.
Otaviano e Pedro dirigiam o Correio-Mercantil e para lá foi Machado de Assis, em 1858, como revisor de provas. Colaborava também para outros jornais, mas ganhava pouco e estava sempre sem dinheiro.
Com 20 anos, Machado de Assis já frequentava os círculos literários e jornalísticos do Rio de Janeiro, capital política e artística do Império.
Machado de Assis com 20 anos
Em 1960, Machado de Assis foi chamado por Quintino Bocaiúva para trabalhar na redação do “Diário do Rio de Janeiro”, que estava sendo preparado para reaparecer sob a direção política de Saldanha Marinho.
Além de escrever sobre todos os assuntos e manter uma coluna de crítica literária, Machado tornou-se o representante do jornal no Senado.
Machado também escrevia no “Jornal das Famílias”, onde suas histórias inconsequentes e açucaradas eram lidas nos serões familiares.
Poeta, burocrata e romancista
Em 1864, Machado de Assis publicou “Crisálidas”, uma coletânea de seus poemas. O livro foi dedicado a seus pais, Maria Leopoldina e a Francisco, que morrera naquele ano.
Em 1867, o Imperador concedeu a Machado o grau de “Cavaleiro da Ordem da Rosa”, por serviços prestados às letras nacionais. No dia 8 de abril Machado foi nomeado ajudante do diretor do Diário Oficial, iniciando sua “carreira burocrática”.
Em 1868 ele conheceu Carolina Xavier de Novais, uma portuguesa culta, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, que lhe revelou os clássicos lusitanos.
No dia 12 de novembro de 1869, o casamento de Machado e Carolina é realizado, tendo como testemunhas, Artur Napoleão e o Conde de São Mamede, em cuja residência se realizou a cerimônia.
Em 1872, Machado de Assis publicou seu primeiro romance, “Ressurreição”. No dia 30 de janeiro de 1873, a capa do décimo número do “Arquivo Contemporâneo”, periódico do Rio de Janeiro, coloca lado a lado as fotos de José de Alencar, até então o maior romancista do Brasil, e a de Machado de Assis.
Ainda em 1873, ele foi nomeado primeiro oficial da Secretaria da Agricultura e, três anos depois assumiu a chefia da seção.
Machado de Assis aos 40 anos
Em 1881, Machado de Assis publica o romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que marca o início da fase acentuadamente realista de sua obra. A obra havia sido publicada, no ano anterior, em folhetins na Revista Brasileira.
Academia Brasileira de Letras
Em 1896, fundou com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras. Nomeado para a cadeira n.º 23, tornando-se, em 1897, seu primeiro presidente, cargo que ocupou até sua morte.
Na entrada do prédio há uma estátua de bronze do escritor. Em sua homenagem, a academia chama-se também “Casa de Machado de Assis”.
Últimos anos e morte
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, Carolina, companheira de 35 anos, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia.
Após a morte da esposa o romancista raramente saía de casa, Em homenagem à sua amada, escreveu o poema “À Carolina”:
À Carolina
“Querida, ao pé do leito derradeiro Em que descansas dessa longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro Que, a despeito de toda a humana lida, Fez a nossa existência apetecida E num recanto pôs o mundo inteiro.
Trago-te flores, – restos arrancados Da terre que nos viu passar unidos E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos Pensamentos de vida formulados, São pensamentos idos e vividos.”
Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Em seu velório, comparecerem as maiores personalidades do país. Rui Barbosa, um dos juristas mais aplaudidos da época, fez um discurso de despedida com elogios ao homem e escritor.
Levado em uma carreta do Arsenal de Guerra, só destinada às grandes personalidades, um grande cortejo fúnebre saiu da Academia para o cemitério de São João Batista, onde foi enterrado.
Fases da obra de Machado de Assis
Machado de Assis teve uma carreira literária ininterrupta, produziu de 1855 a 1908. Escreveu poesias, romances, contos, crônicas, críticas e peças de teatro. O ponto alto de sua produção literária é o romance e o conto, onde se observa duas fases:
Primeira fase
A primeira fase das obras de Machado de Assis apresenta-se presa a algum aspecto do “Romantismo”, com uma história cheia de mistérios, com final feliz ou trágico e uma narrativa linear.
Apresenta também traços inovadores, como uma linguagem menos descritiva, menos adjetivada e sem o exagero sentimental. As personagens têm um comportamento não só movido pelo amor, mas também pela ambição e pelo interesse. São dessa fase os romances:
Ressurreição (1872)
A Mão e a Luva (1874)
Helena (1876)
Iaiá Garcia (1878)
Segunda fase (Realismo)
A segunda fase das obras de Machado de Assis inicia-se com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), onde retrata a miséria humana, indo até seu último romance, “Memorial de Aires” (1908) – o livro da saudade, escrito após a morte de Carolina.
É nesse período que se encontram suas mais ricas criações literárias. Diferente de tudo quanto havia sido escrito no Brasil, Machado inaugura o “Realismo”.
O estilo realista de Machado de Assis difere de seus contemporâneos, porque ele aprofunda-se na análise psicológica dos personagens desvendando a fragilidade existencial na relação consigo mesmo e com os outros personagens. São dessa fase os romances:
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Quincas Borba (1891)
Dom Casmurro (1899)
Esaú e Jacó (1904)
Memorial de Aires (1908)
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador era um defunto que resolveu distrair-se um pouco saindo da monotonia da eternidade escrevendo suas memórias, livre das convenções sociais, pois está morto.
O narrador fala não só da vida, mas de todos os que com ele conviveram, revelando a hipocrisia das relações humanas.
As personagens femininas
As grandes “personagens femininas” das obras de Machado de Assis ou são adúlteras ou estão a ponto de ser como Virgília de Memórias Póstumas que repele Brás Cubas quando podia casar-se com ele, mas torna-se sua amante depois que está casada com outro homem mais importante na escala social.
Sofia, protagonista de Quincas Borba, fica no limiar do adultério, tentando o pobre Rubião até levá-lo à loucura, para tirar dele seu último centavo e assim enriquecer seu esposo.
Capitu, sua heroína mais famosa, personagem de Dom Casmurro, é o protótipo de mulher dissimulada, que engana vilmente o marido – ou parece enganá-lo. Apenas Fidélia, de Memorial de Aires, é a mulher honesta e fiel, como seu próprio nome sugere.
Contos de Machado de Assis
Papéis Avulsos (1882)
Histórias Sem Data (1884)
Várias Histórias (1896)
Páginas Recolhidas (1899)
Relíquias da Casa Velha (1906)
Alguns dos melhores contos “realistas” contidos nesses livros e que abordam os mais diversos temas, são:
Cantigas de Exponsais – a desesperada busca da expressão,
Noites de Almirantes – análise de uma desilusão amorosa,
Trio em Lá Menor – o anseio da perfeição,
O Alienista – o problema da loucura,
Missa do Galo – o despertar do adolescente para o amor,
Teoria do Medalhão – como vencer na vida sem fazer força,
Victor Hugo (1802-1885) foi um poeta, dramaturgo e estadista francês. Autor dos romances, “Os Miseráveis”, “O Homem que Ri”, “O Corcunda de Notre-Dame”, “Cantos do Crepúsculo”, entre outras obras célebres. Grande representante do Romantismo, foi eleito para a Academia Francesa.
Infância e Adolescência
Victor-Marie Hugo nasceu em Besançon, França, no dia 26 de fevereiro de 1802. Filho do Conde Joseph Léopold-Sigisbert Hugo, general de Napoleão, e Sophie Trébucher passou quase toda a sua infância fora da França em viagens constantes, que faziam parte da vida do General Léopold. Esteve na Espanha e na Itália.
De 1814 a 1816, Victor Hugo fez seus estudos preparatórios no Liceu Louis le Grand. Nessa época seus cadernos ficavam repletos de versos.
Com 14 anos lia os livros de René Chateaubriand, iniciador do Romantismo francês. Dizia: “Quero ser Chateaubriand ou nada”. O pai queria vê-lo ingressar na Escola Politécnica, mas ele recusou para se dedicar à carreira literária. Em 1817, recebeu um prêmio em um concurso de poesia da Academia Francesa.
Em 1819, Victor Hugo recebeu o “Lírio de Ouro”, prêmio máximo da Academia de Jogos Florais de Toulouse, por uma Ode, ao restabelecimento da estátua do rei Henrique IV que foi derrubada na Revolução.
Nesse mesmo ano fundou, junto com os irmãos, a revista “O Conservador Literário”. O primeiro ensaio da revista foi chamado “Ode ao Gênio”, tributo prestado a Chateaubriand. Com quinze meses de vida a revista havia publicado mais de cem artigos entre política e crítica literária, teatral e artística.
Romantismo Francês
Em 1822, Victor Hugo casa-se com Adèle Foucher, amiga de infância. Nesse mesmo ano publica sua primeira antologia poética “Odes e Poesias Diversas”, obra que lhe valeu uma pensão de Luís XVIII. Em 1823 publica se primeiro romance, “Han de Islândia” e a partir desse momento começou a se aproximar das ideias românticas.
Em 1827, escreveu “Cromwell”, sua primeira peça teatral, sucesso de público e crítica. Em 1829 publica “O Último Dia de um Condenado”, um apelo ao fim da pena de morte, e a peça “Marion Delorme” vetada pela censura.
Em 1831, escreve seu mais célebre romance “Notre-Dame de Paris” (O Corcunda de Notre-Dame), romance medievalista centrado na tragédia do “corcunda Quasímodo” e da “cigana Esmeralda”.
Defensor do livre arbítrio tanto na religião quanto na política, Victor Hugo se proclama um liberal. Em seguida lança “Lucrécia Borgia” (1833) e “Maria Tudor” (1833). Separado de Adèle, com quem teve cinco filhos, passa a viver com a atriz Juliette Drouet, que foi sua companheira até a morte.
Victor Hugo se torna o mais famoso poeta e prosador do Romantismo francês. Grande defensor das novas ideias do Romantismo, declarou:”A liberdade literária é filha da liberdade política. Eis-nos libertos da velha forma social; e como não nos libertaríamos da velha forma poética? A um povo novo, uma nova arte”.
Academia Francesa e a Política
Em 1841, já célebre e rico, Victor Hugo é eleito para a Academia Francesa, e frequenta a corte das Tulherias. Em 1845 torna-se membro do senado francês. Por seu espírito combativo recebe o apelido de “Leão”. Preocupado com a miséria do povo, funda e dirige o jornal “O Acontecimento”, no qual os filhos Charles e François são redatores.
Caricatura do poeta-político (1841)
Em seu jornal, escreve artigos nos quais defende a candidatura do príncipe Luís Napoleão para a presidência da República. Eleito, Napoleão III viola a Constituição. Victor Hugo desiludido, não aceita a política adotada pelo líder que ajudara a eleger.
Victor Hugo é perseguido ao tentar organizar a resistência à ditadura de Napoleão III e se refugia em Bruxelas, onde começa seu exílio de mais de 18 anos.
De Bruxelas vai para Jersey e depois para Guernesey, só retornando depois da queda do Império. No exílio, período mais fértil de sua vida literária escreve: “Os Castigos” (1853), “As Contemplações” (1856), “Os Miseráveis” (1862), e o “Homem que Ri” (1869), entre outras.
Em 1870, Victor Hugo é eleito deputado e se torna presidente da ala esquerda da Assembleia Nacional. Em 1876 se elege senador.
Em 1883, morre Juliette Drouet, sua amante e companheira por 50 anos. Dois anos depois o poeta a segue. Em seu testamento dizia: “Dou cinquenta mil francos aos pobres. Desejo ser levado ao cemitério em um carro fúnebre e refuto de oração de qualquer igreja, rogo as preces de todas as almas. Creio em Deus”.
Victor Hugo faleceu em Paris, no dia 22 de maio de 1885. Em seu testamento deixa cinquenta mil francos aos pobres e pede preces de todas as almas. Foi sepultado em 1º de junho no Panteão, o monumento fúnebre dos heróis nacionais.
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia.
Infância e Adolescência
Jorge Amado de Farias nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Filho de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, fazendeiros de cacau.
Em janeiro de 1914 mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus, onde passou a infância. Com 11 foi estudar no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde aprendeu o gosto pela leitura com o padre Cabral.
Aos 12 anos fugiu do internato e foi para Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô. Depois de alguns meses, seu pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola, Jorge foi plantar cacau.
Depois de seis meses no meio do povo, tomou conhecimento da luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, que iria marcar fortemente sua obra de romancista.
Em Salvador, ingressou no Ginásio Ipiranga, onde fez o curso secundário. Ligou-se à “Academia dos Rebeldes”, um grupo de jovens, chefiado por Pinheiro Viegas, que tinha como objetivo a renovação literária.
Dirigiu dois jornais, “A Pátria” o jornal oficial, e “A Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria. Com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas.
Frequentador de candomblés desde muito cedo, Jorge Amado tornou-se amigo de pais-de-santo, perseguidos pela polícia. Em seus livros Jubiabá e Tenda dos Milagres, esses fatos são relatados.
Ainda com 14 anos começou a trabalhar no “Diário da Bahia”, depois em “O Imparcial”.
Primeiros Romances
Em 1930, Jorge Amado mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1931 ingressou na Faculdade de Direito.
Em 1932, publicou seu primeiro romance O País do Carnaval, que narra a tentativa frustrada de um intelectual brasileiro, de formação europeia, de participar da vida política e cultural brasileira. Tendo fracassado regressa à Europa.
Em 1933 lança seu segundo livro Cacau, que teve vários exemplares apreendidos. Em 1936, Jorge foi preso, por pertencer à Aliança Libertadora Nacional, junto com outros intelectuais, entre os quais Graciliano Ramos.
Em 1937 publica Capitães de Areia, que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia. A obra é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele é novamente preso.
Em 1941 refugia-se na Argentina e começa a redigir O Cavaleiro da Esperança, que relata a vida de Luiz Carlos Prestes.
Características da Obra de Jorge Amado
Jorge Amado iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista, que caracterizou o “Segundo Tempo Modernista” (1930-1945), que retrata a vida urbana de Salvador.
Sua obra apresenta forte preocupação político-social, que denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares, como é o caso de País do Carnaval e Capitães de Areia.
Com o amadurecimento, sua força poética volta-se para as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, para a seca, a exploração do trabalhador urbano e rural e para o coronelismo latifundiário, como Cacau, Terras do Sem-fim e São Jorge dos Ilhéus.
Deputado Federal
De volta ao Brasil, em 1945, e ligado ao Partido Comunista, Jorge Amado foi eleito deputado federal por São Paulo. Em 1948 tem seu mandato cassado e vai residir em Paris.
Em 1950 muda-se para a Tchecoslováquia, onde escreve O Mundo da Paz. Em 1951 recebe, em Moscou, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Internacional Stalin.
Em 1956 retorna ao Brasil. Em 1958 escreve o livro mais famoso de sua obra: Gabriela, Cravo e Canela.
Era o início da segunda fase de sua obra, caracterizada pelo tratamento satírico e humorístico dos textos, sem prejuízo das intenções da crítica social.
Academia Brasileira de Letras
Em 1961, Jorge Amado candidata-se à Academia Brasileira de Letras. É eleito por unanimidade, onde ocupou a cadeira n.º 23. Nesse mesmo ano, publica Os Velhos Marinheiros.
Em 1963 deixa o Rio de Janeiro e volta a residir na Bahia. Em 1969 publica Tenda dos Milagres e, em 1972 publica Tereza Batista Cansada de Guerra. Em 1976, a obra recebe o Prêmio Lila. Em 1977 publica Tieta do Agreste.
Jorge Amado também fez parte da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia
Família e Amigos
Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos 63 anos começou a escrever suas memórias, Anarquistas, Graças a Deus, a que se seguiram, Um Chapéu Para Viagem, Senhora Dona do Baile, Jardim de Inverno, entre outros.
Jorge e Zélia tiveram dois filhos, João Jorge e Paloma. O casal vivia cercado de amigos, entre eles, Federico Fellini, Alberto Moravia, Yves Montand, Jorge Semprún, Pablo Picasso, Oscar Niemeyer, Vinícius de Moraes, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
Entre suas obras adaptadas para a televisão, cinema e teatro estão: Dona Flor e Seus Dois Maridos, Gabriela Cravo e Canela, Tenda dos Milagres e Tieta do Agreste.
Jorge Amado faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.
Obras de Jorge Amado
O País do Carnaval, 1931
Cacau, 1933
Suor, 1934
Jubiabá, 1935
Mar Morto, 1936
Capitães de Areia, 1937
A Estrela do Mar, poesia, 1938
Terras do Sem-Fim, 1943
O Amor do Soldado, 1944
São Jorge dos Ilhéus, 1944
Bahia de Todos os Santos, 1944
Seara Vermelha, 1945
O Mundo da Paz, 1951
Os Subterrâneos da Liberdade, 1954
Gabriela Cravo e Canela, 1958
Os Velhos Marinheiros, 1961
Os Pastores da Noite, 1964
Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966
Tenda dos Milagres, 1969
Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972
Tieta do Agreste, 1977
Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979
O Menino Grapiúna, 1981
Tocaia Grande, 1984
O Sumiço da Santa: Uma História de Feitiçaria, 1988
Sem sombra de dúvidas esse é um dos clássicos da literatura francesa mais lido no mundo todo. O Pequeno Príncipe é um livro que conta a história da amizade entre um homem frustrado por ninguém compreender os seus desenhos, com um principezinho que habita um asteroide no espaço. O livro, que foi publicado pela primeira vez no ano de 1945, possui um alto teor poético. E, apesar de ser considerado como literatura infantil, aborda temas como casamento, separação, sonhos e decepções.
Um dos maiores clássicos da literatura francesa do gênero aventuras. Os três mosqueteiros conta a história do jovem d’Artagnan, e da guarda de elite do rei Luis XIII.
Um dos clássicos da literatura francesa de extrema importância, pois além de ter desafiado as convenções sociais, foi o pioneiro dos romances realistas. O livro conta então, a história de Emma Bovary e seu casamento enfadonho com o médico Charles. Assim, além de viver imersa na leitura de romances, Emma procura no adultério a libertação de seus problemas. O enredo do livro possui um desfecho trágico. E dessa ilustre obra de Flaubert surgiu o termo “bovarismo”, em referência às características psicológicas de Emma Bovary.
O mestre e Margarida é um romance escrito por Mikhail Bulgakov. A trama central do livros é a visita do diabo a Moscou no início da década de 1920, em plena era stalinista. Uma versão censurada foi publicada na revista Moscou em 1967. A versão integral foi distribuída em cópias clandestinas, publicada em samizdat. Somente em 1989, a especialista Lidiya Yanovskaya compôs uma nova versão oficial, com base em manuscritos do autor.