Por que convulsa e geme o pátrio solo
Dos montes despertando os ecos lúgubres?
Por que emudece o férvido oceano
E à terra, erma da luz, chorando atira
Mil turbilhões de lágrimas amargos?
Por que de sombras tétricas se vela
O firmamento azul? Que mágoa imensa
Enluta os corações e arranca o pranto?!…
[…]
Mas… não morreste, não, condor brasíleo
Que nunca morrerão teus puros versos!
Não, não morreste, que não morrem Goethes,
Não morrem Dantes, Lamartines, Tassos,
Garretts, Camões, Gonçalves Dias, Miltons,
Azevedos e Abreus. Teus belos cantos
Cortarão as caligens das idades
Como de Homero os divinais poemas!
E lá da eternidade onde repousas
Acolhe o canto meu que o pranto orvalha!
O pema foi escrito como um memorial para o Castro Alves.