CAROLINA MARIA DE JESUS: Diário de Bitita

Diário de Bitita

Carolina Maria de Jesus: 5 livros para conhecer a escritora brasileira (Foto: Divulgação)

Dos títulos publicados póstumamente, Diário de Bitita (SESI-SP) traz memórias da infância da autora, que viveu em Sacramento, Minas Gerais, até a o falecimento de sua mãe. Podemos presenciar como leitores com clareza a experiência de viver a opressão e a ijustiça social de um país marcado pela desigualdade. Abuso de poder e racismo também são evidenciados pelas palavras de Carolina.

CAROLINA MARIA DE JESUS: Casa de Alvenaria

Casa de Alvenaria

<img class="i-amphtml-blurry-placeholder" src="data:;base64,Carolina Maria de Jesus: 5 livros para conhecer a escritora brasileira (Foto: Divulgação)

Publicado um ano depois de Quarto de DespejoCasa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada (Editora Paulo de Azevedo) é um diário sobre a saída de Carolina do quarto de despejo e da favela. A ‘casa de alvenaria’ era um sonho dela, onde poderia receber as visitas na sala de jantar. Nesta obra, é possível também se aprofundar nas dificuldades e estigmas enfrentados por ela como uma mulher negra vinda da favela em ascenção social.

CAROLINA MARIA DE JESUS: Pedaços de Fome

Pedaços de Fome

Em 1963, Carolina publicou Pedaços de Fome, único romance de sua autoria, mas que teve pouca repercussão comparado aos outros livros. A protagonista é uma mulher jovem, branca e rica que mora no interior de São Paulo, e se casa com um homem branco “de bem”. A narrativa pontua temas como patriarcalismo, desigualdades sociais e raciais.

CAROLINA MARIA DE JESUS: Quarto de Despejo

Quarto de Despejo

<img class="i-amphtml-blurry-placeholder" src="data:;base64,Carolina Maria de Jesus: 5 livros para conhecer a escritora brasileira (Foto: Divulgação)

Primeiro livro de Carolina Maria de Jesus e seu mais famoso, Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada (Editora Ática) reúne relatos da autora sobre o dia a dia da vida na favela do Canindé, sem romantização alguma. A linguagem simples toca e emociona o leitor. Carolina descreve a dor, o sofrimento e as angústias dos favelados. Este livro foi um marco para as mulheres na literatura, principalmente no Brasil, e para o movimento negro.

CAROLINA MARIA DE JESUS

Apesar de ter vendido 10 mil cópias de seu primeiro livro em uma semana, Carolina Maria de Jesus é uma autora brasileira pouco conhecida. Nascida em Minas Gerais, em uma comunidade rural, ela começou a frequentar a escola aos sete anos, onde aprendeu a ler e escrever. Após a morte de sua mãe, ela se mudou para São Paulo – desempregada e grávida, instalou-se na favela de Canindé, na Zona Norte da capital paulista. O hábito da escrita veio com a intenção de retratar o cotidiano da favela nos cadernos que recolhia como catadora de papel.

Com Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (1960) traduzido para 16 idiomas e vendido em 40 países, Carolina ganhou destaque e se mudou para Santana, em São Paulo. De lá foi para Parelheiros, região com atmosfera de interior, local que lhe lembrava a infância. Ainda viva, publicou mais três livros; após falecer de insuficiência respiratória em 1977, aos 62 anos, outros seis foram publicados – tudo baseado nos diários e anotações feitos por ela durante a vida. Carolina Maria de Jesus dá nome à escola que é parte da trama de Segunda Chamada, nova série da Rede Globo que estreia nesta terça-feira (08/10).

Abaixo, confira 5 livros para conhecer melhor a escritora brasileira. E se quiser se aprofundar ainda mais, não deixe de ler Carolina: uma biografia (Editora Malê), de Tom Farias.

JOÃO UBALDO RIBEIRO: A Casa dos Budas Ditosos

A casa dos budas ditosos é um livro do escritor João Ubaldo Ribeiro, publicado inicialmente na série “Plenos Pecados” da Editora Objetiva, em 1999. O pecado-tema do livro é a luxúria.  O livro é narrado por uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia, falando de sua própria vida, e de como jamais se furtou a viver – com todo o prazer e sem respingos de culpa – as infinitas possibilidades do sexo.[

JOÃO UBALDO RIBEIRO: Noites Lebloninas

Noites Lebloninas

Não é o melhor livro de João Ubaldo Ribeiro, mas é extremamente interessante de ler. Primeiro por ser o último livro do escritor, que faleceu antes de terminá-lo. Em seguida, por ser uma obra formada por dois contos sobre a boemia carioca e que mostra como o escritor também tinha imensa qualidade ao escrever textos curtos. Pena, porém, que não conseguiu terminar Noites Lebloninas a tempo. Na memória de quem o ler, apenas a imaginação do que mais viria pela frente e a certeza de que João Ubaldo Ribeiro era um escritor à frente de nosso tempo.

JOÃO UBALDO RIBEIRO: O Feitiço da Ilha do Pavão

O Feitiço da Ilha do Pavão

Passado na Ilha do Pavão, este incrível livro de João Ubaldo conta a história de um microcosmo de uma sociedade de colonizadores portugueses, índios e negros. Com isso em mente, o escritor baiano começa a discutir a representação do povo brasileiro desde sua colonização até seu momento atual, mostrando todos os caminhos que a sociedade percorreu. É um mergulho de cabeça na identidade do Brasil e que te faz sair diferente de quando começou a leitura.

JOÃO UBALDO RIBEIRO: O Sorriso do Lagarto

O Sorriso do Lagarto

É um livro menos conhecido do escritor baiano, mas não menos impressionante. No centro da história, João Pedroso, um cético biólogo que abandonou tudo para se tornar pescador na ilha de Itaparica, criando uma nova vida de conversas profundas e questionamentos existenciais. No entanto, tudo é abalado quando ele se envolve com Ana Clara, esposa de um corrupto político local, e quando ele entra numa intriga local que pode ameaçar o meio ambiente. O livro tem ar de thriller ambiental, mas chama atenção por suas personagens complexas.

JOÃO UBALDO RIBEIRO: Sargento Getúlio

Sargento Getúlio

É o livro que alçou João Ubaldo para uma fama internacional. Passado inteiramente no nordeste, durante a década de 1950, o livro acompanha Getúlio Santos Bezerra, homem de confiança de um poderoso coronel que precisa levar um preso político até Aracaju. No meio do caminho, porém, uma reviravolta política faz com que as ordens se alterem na vida do tal Getúlio. Cheio de personagens fascinantes, João Ubaldo fez o que sempre teve de melhor: escancarou verdades por meio de uma bela história individual. Trabalho impressionante de escrita.

Clube do Gueto