LITERATURA: Modernismo

Modernismo 

No Brasil, o Modernismo surgiu a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu devido ao Centenário de Independência. Em Portugal, o movimento estreou em 1915, com a publicação da Revista Orpheu.

O modernismo se divide em três gerações:

Primeira Geração (1922 a 1930): Diretamente afetada pela Semana de Arte Moderna de 1922, caracteriza-se pelo rompimento com estruturas do passado. É valorizado em especial um distanciamento ao Parnasianismo, que é ironizado por meio do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.

Manuel Bandeira  (Foto: Wikipedia Commons)
Manuel Bandeira (Foto: Wikipedia Commons)

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Outros  representantes dessa geração são Mário de Andrade, autor de Macunaíma, e Oswald de Andrade. Em Portugal, temos Fernando Pessoa, que escreveu a obra Mensagem e criou três heterônimos, cada um com estilos de escrita particulares. São eles: Alberto Caeiro (Pastor Amoroso, Poemas Inconjuntos), Ricardo Reis (Prefiro Rosas, Breve o Dia) e Álvaro de Campos (Ode Marítima, Tabacaria).

Segunda Geração (1930 a 1945): As ideias de 1922 se amadurecem e o Modernismo começa a se consolidar. Há na poesia uma grande abrangência temática, ganhando destaque autores como Carlos Drummond de Andrade, autor de Alguma Poesia, de 1930, e Vinícius de Moraes, que publicou seu primeiro livro de poemas Caminho para a Distância e, em 1936, o poema Ariana, a mulher.

O escritor Carlos Drummond de Andrade (Foto: Wikipedia Commons)
O escritor Carlos Drummond de Andrade (Foto: Wikipedia Commons)

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Na prosa, há grandes romances regionalistas, focados em temas sociais, e com linguagem coloquial e regional. Um exemplo é Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, e os romances de Jorge Amado, o mais famoso deles, Capitães de Areia (1937), que retrata a vida de meninos abandonados em Salvador.

Terceira Geração (1945 a 1960):  Essa fase é considerada bem fragmentada. Trata-se de um período no qual o movimento perde um pouco a unidade, com várias tendências literárias surgindo ao mesmo tempo.

Entre os autores mais importantes temos Clarice Lispector, que escrevia principalmente histórias não lineares com protagonistas femininas. A autora tem uma linguagem profunda por meio da qual escreve em um cenário de cotidiano momentos de revelação e epifanias pela qual passam suas personagens.

A escritora Clarice Lispector (Foto: Reprodução/Youtube)
A escritora Clarice Lispector (Foto: Reprodução/Youtube)

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Também há João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas ( 1956), e João Cabral de Melo Neto, que escreveu Morte e Vida Severina ( 1955). Ambos escreveram as obras com traços regionalistas e que unem poesia e prosa para fazer uma crítica social.

LITERATURA: Pré-Modernismo

Pré-Modernismo (1902-1922)

Embora não seja considerado uma “escola literária”, já que não há uma linha única seguida por um grupo de autores, a literatura pré-modernista discute os problemas sociais e a realidade cultural do Brasil. O movimento se desenvolveu na transição da República da Espada para a República das Oligarquias ou República do café com leite.

Busto dedicado a Lima Barreto no Rio de Janeiro (Foto: Wikipedia Commons)
Busto dedicado a Lima Barreto no Rio de Janeiro (Foto: Wikipedia Commons)

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O Rio de Janeiro do século 20, em meio a profundas transformações da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, é o pano de fundo do pré-modernismo. Os autores adotam uma postura crítica diante as desigualdades e problemas da população. Há linguagem formal, mas fica para trás a preocupação estética e rebuscada, focando-se em temas sociais e políticos.

Entre os autores mais marcantes do pré-modernismo são Euclides da Cunha (Os Sertões,1902), Graça Aranha (Canaã, 1902), Lima Barreto (O triste fim de Policarpo Quaresma, 1915) e Monteiro Lobato, autor de As Cidades Mortas, que denuncia a decadência econômica e o dia a dia das cidades cafeeiras.

LITERATURA: Realismo

Realismo (1857 – 1922)

Realismo surge na França, no século 19,  como resposta ao sentimentalismo exacerbado do Romantismo, e mergulha em uma crítica contra a sociedade burguesa. Na época, a Segunda Revolução Industrial estava no auge e o capitalismo estava em acelerada expansão.

O mundo romântico é substituído pelo desencanto e pela crença no material e no racional. No Realismo o mais forte e a prosa, as contradições sociais são retratadas e há valorização de uma narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico, linguagem culta e direta e descrições objetivas.

Machado de Assis (Foto: Wikipedia Commons)
Machado de Assis (Foto: Wikipedia Commons)

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Tal como aparece na obra de Machado de AssisMemórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista é problemático, a mulher não é idealizada e o amor é subordinado a interesses sociais e à manipulação (um exemplo é a personagem Marcela, que o protagonista diz que amou-lhe “durante quinze meses e onze contos de réis”).

Outro autor relevante no movimento é Eça de Queiróz, que fazia críticas sociais ao clero e aos pobres e escreveu O Primo Basílio, A Cidade e as Serras e O Crime do Padre Amaro, representando o Realismo em Portugal.

LITERATURA: Romantismo

Romantismo (1836 – 1881)

Romantismo nasceu na Europa no final século 18. Já no Brasil, começou a se desenvolver no século 19. Foi a primeira escola a romper com os valores clássicos, provenientes dos séculos 15 e 16.

Johann Wolfgang von Goethe  (Foto: Wikipedia Commons)
Johann Wolfgang von Goethe (Foto: Wikipedia Commons)

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A escola romântica, burguesa por excelência, abandona o aspecto formal na poesia (verso branco e sem rima). Entre as características principais do romantismo, em especial na prosa, estão sentimentalismo intenso, pessimismo, amor platônico, idealismo da mulher amada, fuga da realidade, egocentrismo e nacionalismo.

Entre os autores principais do Romantismo estão o alemão Johann Wolfgang von Goethe, que publicou o romance inaugural do movimento (Os sofrimentos do jovem Werther, 1774). Outro autor importante é o português Almeida Garrett (Viagens na Minha Terra, 1845) e o brasileiro José de Alencar, autor de O Guarani (1857) e Iracema (1865).

LITERATURA: Arcadismo

Arcadismo (1768 – 1836)

O movimento surge na eclosão da Revolução Industrial e faz contraponto ao desenvolvimento das máquinas, da indústria e das grandes cidades ao ressaltar a natureza e a atmosfera bucólica. O arcadismo é bastante idealizado e se opõe à desarmonia do Barroco.

Também conhecido como Neoclassicismo, o Arcadismo resgata princípios da Antiguidade Clássica e busca sempre a conciliação entre o homem e os elementos da natureza. Os ideais iluministas da Revolução Francesa, como o racionalismo, também são louvados.

Tomás António Gonzaga (Foto: Wikipedia Commons)
Tomás António Gonzaga (Foto: Wikipedia Commons

Os poemas são geralmente em forma de soneto (dois quartetos e dois tercetos, normalmente com dez sílabas poéticas) e há temática bucólica e idealizada sobre o amor (geralmente entre pastores), beleza estética e viver o momento presente (carpe diem).

Em Portugal, destaca-se António Dinis da Cruz e Silva, autor do poema O Hissope e Odes Pindáricas. No Brasil, o movimento chega por volta de 1768, marcado pela publicação de Obras, do poeta Cláudio Manuel da Costa.Também temos como representante do Arcadismo o brasileiro Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, Tratado de Direito Natural e Cartas Chilena

LITERATURA: Barroco

O período é marcado por contradições, sobretudo a do homem que quer a salvação, mas ao mesmo tempo usufrui dos prazeres mundanos. Destaca-se na literatura os sermões do  Padre Antônio Vieira, um português que ingressou na Companhia de Jesus, cuja obra principal é o Sermão da Sexagésima.

Padre Antônio Vieira (Foto: Wikipedia Commons)
Padre Antônio Vieira, autor de Sermão da Sexagésima (Foto: Wikipedia Commons)

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Outro autor essencial no período do barroco foi Gregório de Mattos, conhecido por seus poemas satíricos, líricos e eróticos. Em suas obras Buscando a Cristo A Cristo N. S. Crucificado, ele procura mostrar a insignificância do homem perante ao divino e fala do pecado e da busca pelo perdão.

De Mattos também gostava de criticar a sociedade baiana e, por causa do seu tom crítico e ácido, ganhou o apelido de “Boca do Inferno”. Um de seus poemas do período criticava um político baiano e é chamado de A cada canto um grande conselheiro.

LITERATURA: Classicismo

Classicismo (1527 – 1580)

A estética literária do Classicismo surgiu a partir do movimento cultural do Renascimento. Foi inspirada no fim do contexto medieval religioso e na retomada de valores clássicos racionais da antiguidade. O capitalismo começava e a Idade Média acabara, marcando o nascimento da Idade Moderna na Europa.

As Grandes Navegações tinham feito com que o homem do início do século 16 se sentisse orgulhoso e daí surgiram as ideias de racionalismo e antropocentrismo, noção humanista de que o homem estaria à frente de tudo, inclusive de Deus.

Luiz Vaz de Camões  (Foto: Wikipedia Commons)
Luiz Vaz de Camões (Foto: Wikipedia Commons)

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As características principais do Classicismo são a valorização da cultura greco-romana clássica e a mitologia pagã, a influência do pensamento humanista, perfeição estética e a procura por um ideal de beleza proveniente da Antiguidade Clássica.

Luiz Vaz de Camões é o grande nome do Classicismo e seu poema mais conhecido é Os Lusíadas, escrito em dez cantos, com 1102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.

O herói do poema épico de Camões é o próprio povo português e ele conta a história da viagem de Vasco da Gama em seu caminho para as Índias. Podemos também destacar os escritores Dante Alighieri, Petrarca e Boccacio.

LITERATURA: Quinhentismo

Quinhentismo (1500 – 1601)

O Quinhentismo foi a primeira manifestação literária do Brasil e tem esse nome pelo fato da literatura nacional ter começado no ano de 1500, época da colonização portuguesa. Por isso, as obras não eram ligadas ao povo brasileiro, mas aos colonizadores europeus.

Faz parte do Quinhentismo a literatura de informação produzida pelos viajantes portugueses no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes Navegações. Os textos eram simples e adjetivados – a maioria deles crônicas de viagens, bastante descritivas. Mas também havia  literatura de catequese feita pelos jesuítas, na qual se abordava não só a conquista material, mas também a espiritual.

José de Anchieta foi um grande representante do quinhentismo no Brasil (Foto: Wikipedia Commons)
José de Anchieta foi um grande representante do quinhentismo no Brasil (Foto: Wikipedia Commons)

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Destacam-se autores como Pero Vaz de Caminha, que registrou suas primeiras impressões das terras brasileiras. A Carta a el-Rei Dom Manoel sobre a “descoberta” do Brasil, escrita por ele, foi o primeiro documento redigido sobre a história do país.

Outros autores do Quinhentismo são o padre jesuíta José de Anchieta (Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil , de 1595); o cronista português Pero de Magalhães Gândavo ( O Tratado da Terra do Brasil, de 1576) e o Padre Manuel da Nóbrega ( Tratado contra a Antropofagia, de 1559).

LITERATURA: Humanismo

Humanismo (1418-1527)

O Humanismo como movimento literário ocorre no período entre a Idade Média e o início da Idade Moderna. Em Portugal, foram produzidos três tipos literários no Humanismo: prosa, poesia e teatro. O movimento é marcado pela ideia de racionalidade, antropocentrismo (o homem no centro de tudo), o cientificismo, a beleza e a perfeição e a valorização do corpo humano.

Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno, peça de Gil Vicente (Foto: Wikipedia Commons)

Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno, peça de Gil Vicente (Foto: Wikipedia Commons)

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Havia a chamada crônica histórica, representada sobretudo por Fernão Lopes. A obra do autor contém ironia e crítica à sociedade portuguesa. No Humanismo também era comum a poesia palaciana, que reproduzia a visão de mundo dos nobres. Nessa poesia, o amor é sensual e a mulher deixa de ser tão idealizada quanto era no Trovadorismo.

Outra grande manifestação do período foi o teatro popular, cujo principal representante é Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno (1516). A obra dele está ligada a valores cristãos, visão maniqueísta (bem versus mal) e apresenta caráter moralizante. Outros títulos notáveis são Auto da Visitação (1502) e Farsa de Inês Pereira (1523).

LITERATURA: Trovadorismo

Trovadorismo (1189 – 1418)

O Trovadorismo surgiu em meados do século 11 na região da Occitânia – onde hoje estão França, Itália e Espanha. Os poemas da época eram feitos para ser cantados, e os artistas eram divididos entre Trovadores, que eram compositores de origem nobre, e Jograis, que eram servos, muitos deles, profissionais da música.

As cantigas trovadoras carregam características da Idade Média e muitas foram escritas em galego-portugués. Elas se dividem em Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Satíricas (Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer).

Nas cantigas de amor, o tema mais desenvolvido é o amor não correspondido no qual o trovador destaca as qualidades da mulher amada (suserana) e se coloca em posição “inferior”, de vassalo.

Os textos dos trovadores medievais foram preservados em pergaminhos, como no Pergaminho Vindel (Foto: Wikipedia Commons)
Os textos dos trovadores medievais foram preservados em pergaminhos, como no Pergaminho Vindel (Foto: Wikipedia Commons)

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Nas cantigas de amigo o eu-lírico é uma mulher, embora os escritores da época fossem homens. Nessas obras, há a lamentação da dama perante a falta de seu amado, que é chamado de “amigo”.

Os principais autores do Trovadorismo são Ricardo Coração de Leão, Afonso Sanches, Dom Dinis I de Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes Charinho, entre outros. As cantigas estão em compilações de diversos autores, chamadas de cancioneiros. Os principais cancioneiros são o da Ajuda, o da Vaticana e o da Biblioteca Nacional.

GRANDES CLÁSSICOS: Os Irmãos Karamázov

O romance é o trabalho final de Dostoiévski – completado dois meses antes da morte do escritor. O enredo é complicado e explora questões desafiadoras, como liberdade, religião e ética.

Como alguns críticos sugerem, é um reflexo das diferentes etapas da vida do escritor, representadas pelos três irmãos. A narrativa é entrelaça uma história de assassinato, amor e questões sociais. É muito mais do que um mistério de um crime, é colocar em choque visões de mundo opostas.

Para ler este clássico não pode ter preguiça: são mais de mil páginas! Mas o trabalho – muitas vezes prazeroso – é compensador por explorar um dos temas mais presentes na nossa sociedade: o conflito entre a fé e a dúvida.

GRANDES CLÁSSICOS: Crime e Castigo

Um dos livros mais celebrados no mundo todo, Crime e Castigo trata das grandes tragédias humanas. A história de um homem pobre que comete um crime para sobreviver, mas depois luta com algo maior do que a pobreza: culpa extrema.

Ao longo do caminho, o leitor encontra algumas das criaturas mais baixas e lamentáveis ​​que habitam as ruas de São Petersburgo. Isso porque a realidade da maioria da população da Rússia czarista do século XIX era cercada pela pobreza e pela miséria.

Conforme definido pelo próprio Dostoiévski, o romance é uma obra psicológica, já que explora comportamentos patológicos dos seres humanos, além de ir fundo nas questões sobre os limites da moral e das leis.

Clube do Gueto