PARA LER E ASSISTIR: O ALIENISTA – Caleb Carr

O LIVRO

O alienista (não o do Machadão) de Caleb Carr, tem sua trama ambientada no final do século XIX, em Nova Iorque, não se pode dizer que se trata de um romance policial, pois o leitor é bem pouco convidado a ver e seguir pistas (que pouco aparecem), mas sim uma história sobre uma investigação criminal que gira em torno dos cadáveres mutilados de crianças e adolescentes que passam a surgir pela cidade.

Por se tratar de crianças pobres, em sua maioria, prostitutas, as autoridades locais não dão muita atenção, e os crimes continuam. Assim, um alienista, um jornalista, a secretária do delegado e dois investigadores profissionais, unem-se para investigar os crimes para por fim aos assassinatos em série.

Eu li a edição da Editora Record de 1994, com 511 páginas, tradução de Pinheiro de Lemos, e posso dizer que a densidade da narrativa, que chega a ser macabra às vezes, faz você ir lendo mais devagar, quase como se andasse na ponta dos pés junto com os personagens.

Não é uma trama para ler de um fôlego só, há situações e informações, em sua maioria de caráter psicológico, que precisam ser melhor refletidas pelo leitor para que não se sinta perdido como se estivesse no meio de um descampado rodeado de névoa densa sem saber em que rumo caminhar. Recomendo a leitura.

A SÉRIE

O alienista foi adaptado para uma série de 10 episódios (ainda disponível na plataforma da Netiflix) cujo roteiro foi muito bem adaptado para promover mais dinamismo para a trama sem perturbar a essência da história.

A ambientação é maravilhosa, a fotografia é inspiradora e muito bem trabalha para que possamos nos manter imersos na trama mesmo em momentos em que a história entra em seus momentos mais lentos que é uma característica marcante de alguns capítulos do livro em que os personagens precisam viajar para diversos lugares em busca de informações.

Os atores realizam ótimo trabalho de atuação tornando-se seres multifacetados e de difícil decifração, não se pode defini-los como normais, são humanos com seus muitos demônios arranhando as grades em suas mentes. É uma série que precisa ser debatida com mais alguém, você fica elétrico, louco para discorrer sobre impressões, tanto os de cunho investigativo quanto os de teor psicológico, penso que este último é o que rende mais conversa. Então leia o livro, e assista a série convidando mais alguém para essa imersão, será muito proveitoso.

Bem, por hoje é só, pessoal! Beijos a todos e até o próximo “PARA LER E ASSISTIR”.

PARA LER E ASSISTIR: O ALIENISTA

 

O LIVRO

O alienista (não o do Machadão) de Caleb Carr, tem sua trama ambientada no final do
século XIX, em Nova Iorque, não se pode dizer que se trata de um romance policial,
pois o leitor é bem pouco convidado a ver e seguir pistas (que pouco aparecem), mas
sim uma história sobre uma investigação criminal que gira em torno dos cadáveres
mutilados de crianças e adolescentes que passam a surgir pela cidade. Por se tratar de
crianças pobres, em sua maioria, prostitutas, as autoridades locais não dão muita
atenção, e os crimes continuam. Assim, um alienista, um jornalista, a secretária do
delegado e dois investigadores profissionais, unem-se para investigar os crimes e por
fim aos assassinatos em série. Eu li a edição da Editora Record de 1994, com 511
páginas, tradução de Pinheiro de Lemos, e posso dizer que a densidade da narrativa, que
chega a ser macabra às vezes, faz você ir lendo mais devagar, quase como se andasse na
ponta dos pés junto com os personagens. Não é uma trama para ler de um fôlego só, há
situações e informações, em sua maioria de caráter psicológico, que precisam ser
melhor refletidas pelo leitor para que não se sinta perdido no meio de um descampado
rodeado de névoa densa sem saber em que rumo caminhar. Recomendo a leitura.
A SÉRIE
O alienista foi adaptado para uma série de 10 episódios (ainda disponível na plataforma
da Netiflix) cujo roteiro foi muito bem adaptado para promover mais dinamismo para a
trama sem perturbar a essência da história. A ambientação é maravilhosa, a fotografia é
inspiradora e muito bem trabalha para que possamos nos manter imersos na trama
mesmo em momentos em que a história entra em seus momentos mais lentos que é uma
característica marcante de alguns capítulos do livro em que os personagens precisam
viajar para diversos lugares em busca de informações. Os atores realizam ótimo trabalho
de atuação tornando-se seres multifacetados e de difícil decifração, não se pode defini-
los como normais, são humanos com seus muitos demônios arranhando as grades em
suas mentes. É uma série que precisa ser debatida com mais alguém, você fica elétrico,
louco para discorrer sobre impressões, tanto os de cunho investigativo quanto os de teor
psicológico, penso que este último é o que rende mais conversa. Então leia o livro, e
assista a série convidando mais alguém para essa imersão, será muito proveitoso.
Por hoje é só, pessoal! Beijos a todos e até o próximo “PARA LER E ASSISTIR”.

PARA LER E ASSISTIR: Horas Decisivas

O LIVRO

Quer um livro que vai te fazer chorar até quase desidratar, mas que vai te deixar com o seu coração bem quentinho? HORAS DECISIVAS é o livro! O conteúdo é resultado de laboriosa e profunda pesquisa de dois autores ( Michael J. Tougias e Casey Sherman) que reuniram esforços para escrever sobre um dos resgates marítimos mais extraordinários da história.

Você tem que ir, mas não tem que voltar”, esse é o lema não oficial da Guarda Costeira que move os esforços surpreendentes do guarda costeiro Bernie Webber depois de receber convocação para resgatar a tripulação de um petroleiro que partira ao meio durante uma das tempestades de inverno mais violentas da costa norte da América. As chances de êxito de Bernie e de três outros jovens socorristas que partiram com ele numa pequena embarcação no meio da noite de um mar violento, eram mínimas.

Era uma noite gélida e tempestuosa de 18 de fevereiro de 1952, para aqueles que viram a pequena tripulação de socorristas partir mar agitado adentro, essa data iria acabar sendo lembrada como aquela em que quatro socorristas embarcaram numa missão suicida de resgate para nunca mais voltar. Era isso que todos pensavam quando viram aqueles homens partir.

A narrativa é de tirar o fôlego e de fazer vir lágrimas aos olhos regularmente (tenha um lenço em mãos, sério, você vai precisar com regularidade). As informações são sempre dadas de forma dinâmica e transportam o leitor para dentro da situação dramática, a respiração da gente prende, o peito dói, mas o livro insiste em te dizer que há motivos para ter sempre esperança, até quando tudo te diz que não há chances de sucesso. Este livro, mesmo sem pretender, resgata nossa fé na humanidade. Recomendo muito.

O FILME

O livro foi habilmente adaptado em 2016 para um filme de tirar o fôlego. A cena do petroleiro se partindo ao meio em alto mar revolto me arrepia até agora (já assisti o filme umas 04 vezes, e vou assistir novamente!) e tem uma música que um dos jovens socorristas canta no meio da tempestade para amenizar o próprio medo que eu simplesmente passei a ouvir em loop quase infinito por vários dias (Haul away Joe – Kodaline) de tão legal que ela é.

O filme em si nos apresenta três histórias entrelaçados pela tragédia daquela noite tempestuosa de 18 de fevereiro de 1952. Uma delas é a dos tripulantes do navio naufragado que nos apresenta Ray (Casey Affec), marinheiro soturno, mas muito competente em seu trabalho que faz de tudo ao seu alcance para conseguir ganhar tempo de flutuação para o resto do navio que ainda não submergiu por completo, na esperança que o socorro possa chegar até eles, além de realizar um belo trabalho de unificação da tripulação para que todos unam esforços coordenados para que possam ter oportunidade de sobreviver.

A segunda história é a do barco de resgate liderado por Bernie (Chirs Pine) e sua luta contra o mar monstruoso, a tempestade violenta e o tempo que se esvai. Cada minuto de atraso pode ser fatal para as pessoas que o grupo pretende socorrer. Por fim, o filme nos coloca na terceira história que é voltada par a noiva de Bernie, Miriam (Holly GRainger), que tenta de tudo para que o comandante do noivo o ordene voltar da missão claramente suicida de resgate. O filme é comovente em muitos aspectos e, como no livro, nos faz voltar a ter fé na humanidade e nos que podemos ser capazes de fazer quando pensamos no bem estar coletivo. Super recomendo.

Por hoje é só, pessoal! Beijos a todos e até o próximo “PARA LER E ASSISTIR”.

PARA LER E ASSISTIR: Belas Maldições

O LIVRO:

Good Omens, ou Belas Maldições (como o título foi traduzido para o nosso idioma), escrito em conjunto pelos escritores Terry Pratchett e Neil Gaiman (amo os dois) é um livro que nos convida para uma fantástica e muito bem humorada aventura protagonizada por um anjo e um demônio que querem evitar o fim do mundo!

Céu e inferno querem mais é que a Terra se exploda, mas há dois seres, um de cada lado, que passaram tanto tempo entre a humanidade que se apegaram a ela, e não querem que o apocalipse aconteça de jeito nenhum. Então acompanhamos a hilariante e cativante narrativa que nos apresenta o atrapalhado e fofo anjo Aziraphale e o descolado e malandro demônio Crowley lidando com a chegada do menino anticristo, filho do rei do inferno, Satã, peça fundamental para instaurar o Armageddon no mundo. Acredite a narrativa é tão agradável que você devora as trezentas e poucas páginas sem nem sentir. Digo isso por experiência própria. Peguei a 18ª Edição da Editora Bertrand Brasil (não é propaganda, viu?) que tem 362 páginas, comecei a ler às 20:00 horas e terminei às 23:40. Não consegui parar de ler de tão legal e cativante que é a narrativa de Belas Maldições. E ri horrores também!

A SÉRIE:

Good Omens, a série, é uma excelente adaptação do livro que fez 30 anos de publicado na primeira quinzena de maio de 2020. Se você ainda não assistiu, não perca mais um segundo, vá assistir! É uma série muito bem dirigida, o roteiro é simplesmente perfeito, a fotografia é magnífica, a trilha sonora é maravilhosa e faz você querer pegar a play list e ouvir em loop infinito, e a atuação de David Tennant como demônio Crowley e Michael Sheen como anjo Aziraphale é de aplaudir de pé. Os atores agregaram muito e fizeram um trabalho brilhante.

A série é dividida em 6 episódios, com duração variando entre 50 a 60 minutos cada. Vale cada segundinho, você saboreia cada instante de cena e lambe os beiços de tão boa que é (eu já maratonei umas 4 vezes essa série).

Então é isso, pessoal. Esta é a recomendação do dia, divirtam-se e até o próxima!

 

A TESTEMUNHA OCULAR DO CRIME – AGATHA CHRISTIE: TRÊS COISAS A DIZER

Bem, depois de devorar as páginas de “A testemunha ocular do crime” de um dia para o outro, tenho que dizer três coisas:

1 – Miss Marple , a velhinha detetive é uma mega quebra de estereótipo, não nos é empurrado o clássico detetive intrépido de capacidades e desenvoltura quase sobrenaturais, nem mesmo uma femme fatale, jovem linda, sedutora que derrete os homens com seu ar de mistério e rara inteligência. Miss Marple é simplesmente uma idosa (80 anos!) de aspecto frágil que eventualmente emprega sua percepção arguta para resolver crimes. Ser como Miss Marple é minha meta de velhice!

2 – A autora me tapeou muito bem, ela construiu a trama de forma muito bem estrutura para poder induzir o leitor a desconfiar de vários personagens para poder deixar o verdadeiro assassino passar despercebido. Agatha emprega a mesma técnica que os mágicos empregam no palco, seduz a atenção do expectador para outros elementos do ato, fazendo-os parecer muito importantes, para que o verdadeiro ponto importante possa desfilar diante dos olhos de todos sem ser percebido e surpreender. A autora emprega isso com maestria e merece o seu título de “Dama do crime”!.

3 – Por último, eu não poderia deixar passar as alfinetadas que autora dá ao logo de alguns diálogos quanto ao modo que a sociedade encarava (e ainda encara) a capacidade intelectual das mulheres e suas opiniões. Miss Marple é recorrentemente subestimada no caso, não só por ser mulher, mas também por ser idosa. A detetive não se inflama com isso, afinal já viveu e experimentou tanto na vida no meio da sociedade patriarcal que já sabe como lidar com isso sem estresse, aguardando elegantemente o momento certo para  fazer os outros morderem a língua sem se abalar.

Bem, o saldo da leitura foi muito positivo, há muito humor, mostrando que um romance policial não necessariamente tem que ser tenso e obscuro para ser bom e envolvente, e há várias reviravoltas na trama, recomendo muito.

Clube do Gueto