AMOR
Ah! sim eu quero rever-te a medo
Terno segredo ─ que em minh’alma habita;
Mas, vês? Eu tremo… teu sorriso anima:
Vê, se o que digo, o teu dizer imita…
Um ai poderá traduzir ─ n’um ai
Tudo o que pedes que eu te diga agora;
Mas tu não queres!… teu querer respeito.
Eia… coragem! dir-te-ei n’uma hora.
Oh! não te esqueças meu rubor, meu pejo,
Vê que eu vacilo… que eu perdi a cor;
Embora… escuta. Tu me amas? ─ dize
Eu te confesso que te voto amor…
Fonte
“Cantos à Beira-Mar e Gupeva”, Maria Firmina dos Reis, Academia Ludovicense de Letras, São Luís (MA), 2017.