LIVROS COMPLEXOS: Em Busca do Tempo Perdido

3. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust

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A filóloga Josefina Lazcaray dá um conselho aos intrépidos que se aventurem a terminar os sete volumes que Proust escreveu ao longo de 14 anos: “Chegar até a página 80 do primeiro, e superar a famosa cena em que Proust lembra de sua infância enquanto molha um bolinho no chá”. O escritor parisiense escreveu esta obra de mais de 3.000 páginas entre 1908 e 1922, bem no ano que morreu, possivelmente esgotado por tal odisseia.

Muitos recomendam ler antes a biografia de Proust, porque Em Busca do Tempo Perdido consiste, em última análise, de reflexões sobre sua vida. Mas voltemos à página 80: “É um romance muito complicado pela sintaxe tão própria e complexa de Proust, a ausência de pontos em passagens longuíssimas nas quais vai unindo ideias diferentes e é fácil se perder. Mas quando você passa o episódio do bolinho, o cérebro se acostuma com a forma de escrever dele, e está pronto para o resto que, se você entender, acaba devorando”, diz Lazcaray. O caso dela não é normal. Poucos podem dizer que leram os sete volumes (“é um dos espinhos que tenho cravado”, diz Manuel Astur), e muito menos duas vezes, como a filóloga: “A primeira por prazer, quando tinha começado a universidade; a segunda, porque foi meu projeto de final de carreira. E descobri muitos detalhes novos. Recomendo”. Quem estiver disposto a imitá-la, deve dedicar uns meses a mais. Ou melhor um ano.

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