Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
(CONTÉM SPOILERS)
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Nenhum romance brasileiro foi forte o suficiente para criar uma vertente própria e original como Grande Sertão: Veredas. Dentre os nomes que tentaram fazer algo semelhante a Guimarães Rosa estão João Ubaldo Ribeiro (Sargento Getúlio), Ariano Suassuna (Romance d’A Pedra do Reino), Mário Palmério (Chapadão do Bugre) e Benito Barreto (com a tetralogia Os Guaianãs). As fontes nas quais esse romance bebe são tantas e variadas que resumir Riobaldo em um ex-jagunço que conta sua história de vida é diminuí-lo. Por essas seiscentas e tantas páginas de aventuras e desventuras, vemos de tudo: jagunços em ação, um homem que era mulher (e cá temos talvez a melhor parte de todas, um quase romance homossexual em pleno 1956!), um pacto com o diabo ou quase isso. Atravessamos o sertão e o tempo com Riobaldo, chegando a modernidade e a um tempo que desaparecia junto com as convicções do narrador de que o diabo existia. Que mais dizer? A existência nos vem com tudo depois de toda essa travessia.