Marcado: #poesia #autor
- Este tópico contém 5 respostas, 4 vozes e foi atualizado pela última vez 4 anos, 3 meses atrás por Eduarda.
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- 17 de abril de 2019 às 17:01 #948
Aos amantes da arte da poesia,
vocês têm aquele texto ou aquele autor que vocês podem ler quantas vezes for e parece que é sempre a primeira vez? O impacto não muda?
Deixem aqui para deleite geral.Eu tô entrei numa vibe Paulo Leminski há alguns anos e nunca mais consegui me recuperar.
Eu li a frase “Distraídos venceremos” e não escapei ilesa.- Este tópico foi modificado 5 anos, 7 meses atrás por Patsy.
18 de abril de 2019 às 00:24 #951Olá Patsy!
Tenho vários autores que me dão orgasmos múltiplos, sempre. Borges já dizia que “não lemos o mesmo livro duas vezes”, muda tudo, é verdade, mas poucos escritores conseguem nos conquistar uma segunda, terceira, trigésima vez como se fosse a primeiríssima : )
Prefiro dizer que o sentido do que está escrito muda, mas a força continua intacta.
Cecília Meireles e Mario Quintana são meus poetas favoritos, sendo que este último considero a sua leitura o “antidepressivo mais potente” que existe.
Há outros também que, se não são os mais considerados, falta pouco para serem reconhecidos como autores “recorrentes” na minha vida cotidiana. alguns deles: Glauco Mattoso, Ana Martins Marques, Manoel de Barros, Arnaldo Antunes, Emily Dickinson e Paulo Henriques Britto.
Quanto aos prosadores: Rubem Fonseca (que me tirou o cabaço), Dostoievski (que me deu a insônia do subsolo), Julio Cortázar (que me mostrou que há mais do que um cotidiano desbotado, que há uma outra coisa) e o filósofo Emil Cioran (que me mostrou um nada absurdamente lúcido) são os que mais revisito. Há outros, é claro, mas estes já dão garantia de uma boa amostra do meu leque de preferências.
E, para finalizar, “As Ondas” (1930), livro de Virginia Woolf, é como se fosse a minha bíblia pessoal.
Posso abrir em qualquer página é ter uma enxurrada de epifanias que, até o presente momento, continuam tão vivas como na primeira vez que as li.
Para provar o que digo, retiro meu exemplar de bolso da estante neste exato momento, abro numa página aleatória, me deparo com o seguinte trecho:— Vou insinuar-me por trás deles — disse Rhoda — como se tivesse visto alguém que conheço. Mas não conheço ninguém. Vou entreabrir a cortina e olhar a lua. Poções de esquecimento aplacam a minha agitação. A porta abre-se; o tigre salta. A porta abre-se; o terror entra; terror e mais terror, perseguindo-me. Quero visitar furtivamente os tesouros que separei. Há tanques de água do outro lado do mundo, refletindo colunas de mármore. A andorinha mergulha sua asa em águas escuras. Mas aqui a porta se abre e pessoas entram; vêm em minha direção. Agarram-me com frágeis sorrisos que mascaram sua crueldade, sua indiferença. A andorinha molha suas asas; solitária, a lua percorre mares azuis. Tenho de pegar a mão dele; preciso responder. Mas que resposta dar? Impelida para trás, posto-me esbraseada neste corpo desajeitado e enfermiço, para receber os golpes da indiferença e do escárnio dele, eu que anseio por colunas de mármore e tanques de água do outro lado do mundo, onde a andorinha molha suas asas. [As Ondas, Virginia Woolf – Tradução de Lya Luft]
24 de abril de 2019 às 19:52 #958Baleia do céu! Tu me deste suuuper vontade de ler todos!
28 de abril de 2019 às 13:31 #988Vou confessar, que não me interessava a ponto de me intrigar com este livro. Mas aprendi literalmente, que não devemos julgar o livro pela capa,e me surpreendi apesar de o livro tencionar para o clichê. este trecho me desperta labirintos internos.espero que te afete, tanto quanto a mim.
[ Eu gosto de tempestades.Trovão, chuva forte, poças, sapatos molhados. Em dias de sol, enquanto era uma menina, eu ainda podia acordar emocionada com esse sentimento. Você me atordoava com essa expectativa, assim como uma tempestade sinfônica. Você era uma tempestade em um dia de sol, o trovão em um céu chato sem nuvens. quando eu tinha dez anos, minha mãe morreu. Ela tinha câncer, e eu a perdi antes mesmo que eu realmente pudesse conhece-la. Me sentia tão insegura em relação ao Mundo, e eu estava com medo. Você foi a pessoa que transformou as coisas para melhor novamente. Com você, eu me tornei corajosa e livre. Era como se a parte de mim que morreu com a minha mãe tivesse voltado quando eu conheci você, e eu não senti mais medo. Eu sabia que tinha você e que nada de mal mais iria acontecer.Então, um dia, de repente, eu perdi você, também. A dor voltou, e me senti mal quando vi você me odiando. Minha tempestade se foi, e você se tornou cruel. Não houve explicação. Você estava acabado e meu coração destruído. Eu senti sua falta. Eu perdi a minha mãe.
Você foi a minha tempestade, minha nuvem de trovão, minha árvore no aguaceiro. Eu amei todas essas coisas, e eu te amei. Mas agora? Você é uma merda seca, não fede, nem cheira. mas incomada. Eu pensei que todos os idiotas dirigiam carros alemães, mas nota-se que o Maximo em Mustangs ainda pode deixar cicatrizes.]– Penélope Douglas – Bully (Fall away)
8 de julho de 2019 às 22:52 #1322O plot!!
20 de agosto de 2020 às 19:22 #12683Eu comecei a ler poesia recentemente, os poemas que mas gosto são de Drummond e Augusto dos Anjos
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