Dom Casmurro

Essa é polêmica hein!!!

Capitu traiu Bentinho?

Essa pergunta preenche o imaginário do leitor de Machado de Assis. Aliás, não só o imaginário, mas também as salas de aula, rodas de conversa e, até mesmo, as redes sociais. Todo mundo quer saber se Capitu traiu ou não Bentinho. Sinto desapontá-lo, estimado leitor, mas eu também não tenho resposta para essa pergunta. Ela traiu e não traiu ao mesmo tempo, tudo depende da leitura que você fizer do livro. O que eu gostaria de chamar atenção, aqui, é que ler Dom Casmurro e concentrar toda a sua energia na pergunta acima é reduzí-lo a um debate raso, é focar somente na pontinha do iceberg de reflexões que esse romance pode proporcionar.

Eu entendo a fixação por essa dúvida, afinal de contas, Capitu é uma das personagens mais queridas e conhecidas da literatura brasileira – inclusive, muito querida por mim. No entanto, para começar a entender esse livro, é importante ter em mente uma coisa: o livro não se trata de Capitu, o livro se trata de Bento Santiago. E isso é explícito desde o título, afinal, o nome do livro é Dom Casmurro, alcunha recebida por Bento Santiago já na vida adulta. O livro é narrado por Bento Santiago, todas as observações partem de sua mente e a história é contada a partir do seu ponto de vista.

No final de contas, a história desse livro é sobre a capacidade de manipulação de Bentinho – que, diga-se de passagem, tem um poder argumentativo muito grande, já que foi seminarista e advogado – e, principalmente, sobre o ciúme. É o “dente do ciúme”, metáfora usada por Bentinho, o motor para as ações dessa história.

Espalhe isto!

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