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Vocês acham que a crise que estamos vendo no varejo editorial físico, é na verdade um problema das livrarias, ou do mercado como um todo, dos leitores inclusive. As grandes livrarias estão sendo justas com os leitores, quando pedem pra comprar livros nas suas lojas, mesmo que sejam muito mais caros que em outros canais ?
Esta crise demonstra que mesmo a classe empresarial sofre embaraços nesses novos tempos. As alternativas comerciais viáveis (Sebos Virtuais, Amazon) que desafiaram o monopólio das grandes livrarias ganharam a batalha pelo gosto do consumidor (Sim, porque antes de sermos leitores, somos também consumidores, e os livros são mercadorias). Quem fica ainda seduzido pela Black Friday da Saraiva?
As livrarias, uma hora ou outra, vão rever seus paradigmas, seja por necessidade, seja por pressão interna e externa. Essas injustiças cometidas (incluindo a que você mencionou) mostram apenas a exaustão dessas práticas mercantis ultrapassadas, responsáveis pelo afastamento do grande público desse mercado livreiro tradicional. Os leitores em nada têm culpa.
Quanto ao fato de haver uma “crise dos livros”, cairíamos fatalmente numa discussão acerca da qualidade literária e dos suportes. A primeira é terreno acadêmico, papo para a crítica especializada. Uns apressadinhos diriam ser nossa literatura fraca demais (o fato de não ter um Nobel evidenciaria isso), sem força atrativa. Outros simplesmente aderem a tese do “povo que lê pouco”. Nenhuma delas, acredito eu, satisfaz tal questão.
Na seara dos suportes, eis que surgiu a “ameaça” do e-book digital. Visto estarmos, no Brasil, distantes do acesso universal à tecnologia, um ‘Kindle” demoraria a perder a condição de “artigo de luxo”. Fora o tradicionalismo cultural favorecendo o papel impresso. Novamente deparamo-nos com a questão da adaptação.
Devemos dispensar qualquer desespero desnecessário. Os problemas financeiros resultantes, certas vezes, no fechamento de livrarias e editoras famosas é lamentável, mas torcemos, que num futuro próximo, venham momentos melhores para editoras, autores, livrarias, leitores, unindo a democratização da leitura com a força comercial e estética da literatura brasileira.
Concordo contigo Lucas. Quando a gente vê o sucesso de público que as feiras e festas literárias e as promoções de livros e HQs( Tipo aquela Qualquer Livro a 10 reais) fazem, percebemos que a crise é das livrarias, pois leitores existem. E muitos. E acho que cada vez mais. O aumento de canais, seja para compra ou troca, aumentou a oferta, e na maioria das vezes, baixou preços. Mas me resta uma dúvida : Com a diminuição da quantidade de livrarias, a população em geral. principalmente a da periferia das cidades, terá menos livros no seu caminho. Além de que as livrarias servem como pontos de encontro entre as pessoas que gostam de ler, de livros. O que substituirá as livrarias nesse contexto ? Os sebos ? as praças ? as lojas de conveniência ? as bibliotecas ? os bares ? as cafeterias ? as barbearias ??
Havia um escritor (Rubem Fonseca, salvoengano) que dizia que quanto mais se vende livros menos se lê… : ) A crise, ao que parece, é editorial e mercadológica. Não é pão-durice falar que os preços são muito caros. Best sellers e ‘certos’ clássicos são, em geral, vendidos a preços acessíveis, mas e o resto das publicações?
Embora sejam poucas, em todas livrarias que já entrei, todas, sem excessão, mostram-se, digamos, bem elitizadas. Esnobes mesmo: narizes finos e empinados. Enfim, não se encontra aquele povão. Os sebos, bem, estes sempre estão com dois ou três gatos pingados olhando as vitrines. Na realidade muita gente lê – por obrigação (escola, livros técnicos…), para ficar informado (jornal), assuntos de religião (bíblia) – mas pouca gente gosta MESMO de ler. Este, ao que me parece, é o ponto central do assunto.Em primeira análise, as grandes editoras dos país elevam o preço de seus produtos, isso acaba dificultando; o leitor por sua vez opta por comprar em sebos, onde o custo cabe no bolso e a variedades são maiores.
A crise da falta de leituras entre os jovens também é uma grande vertente.
Primeiramente que as livrarias colocam o preço dos livros nas alturas, como não haver crise assim?
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